O município de Vila Franca de Xira pretende, no decorrer da próxima década, substituir todos os contentores do lixo (vulgarmente designados por resíduos sólidos urbanos) existentes no concelho por ilhas ecológicas enterradas no solo. Em especial nas zonas com maior concentração de moradores.
A ambição foi revelada pelo presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), numa das últimas assembleias municipais. “A criação e enterramento de uma ilha ecológica custa no mínimo 30 mil euros, é um investimento pesado que tem de ser faseado mas que tem grandes impactos na qualidade de vida das populações. É nossa ambição nos próximos 10 anos, 20 no máximo, virmos a substituir todos os contentores por ilhas ecológicas”, afirmou.
Segundo o autarca, o objectivo passa por deixar os velhos contentores do lixo apenas nas zonas mais rurais e menos habitadas do concelho e a pretensão visa acabar com alguns dos problemas actualmente existentes de maus-cheiros e proliferação de animais junto a alguns dos caixotes do lixo.
Nas últimas semanas, devido ao calor, vários contentores têm causado maus cheiros e já mereceram queixas de moradores nas redes sociais e também os vereadores do executivo se mostraram inconformados com o cenário. A provocar o cheiro está o excesso de lixo que lá é colocado e uma recolha com periodicidade aquém da desejada, juntamente com a falta de civismo de alguns moradores que despejam o lixo nos contentores sem o fechar devidamente em sacos.
As férias de alguns trabalhadores da recolha também não tem ajudado ao cenário, que está a causar um clima de desconforto em alguns moradores do concelho. “As ilhas ecológicas em Vila Franca de Xira estão com um cheiro intenso e desagradável. Estes equipamentos não são laváveis mas talvez pudesse haver uma forma de minorar os maus cheiros que ali se sentem”, queixou-se Ernesto Ferreira, vereador da CDU na última reunião de câmara. O autarca referia-se a dois equipamentos existentes em Vila Franca de Xira, um junto ao Pingo Doce e outro perto do tribunal, cujo cheiro roça o limite do suportável. “Aqui nem abrimos as janelas porque o cheiro é horroroso, isto está uma vergonha”, lamenta Arlete Cunha, moradora, a O MIRANTE.
O tema da lavagem dos contentores e da periodicidade da sua recolha é um tema que tem sido recorrente ao longo deste ano. O município já havia assegurado que está preocupado com a situação e que tem tomado as medidas necessárias para minorar o problema, incluindo a contratação de mais trabalhadores para reforçar o departamento de recolha. Mas em algumas freguesias, em especial nas urbanizações com mais moradores, os problemas com caixotes do lixo continuam, sobretudo em freguesias como Alverca, Póvoa de Santa Iria e Vila Franca de Xira.