Grupo peruano compra Atral Cipan e promete investimentos
Sindicato teme que operação possa levar à liquidação da empresa. Grupo industrial presente na Vala do Carregado foi fundado nos anos 60 e mantém ligações ao Peru desde 1965.
A farmacêutica Atral, que tem fábrica na Vala do Carregado, Vila Franca de Xira, foi adquirida este mês de Setembro pelo grupo peruano Medifarma. A situação não apanhou de surpresa os cerca de 120 trabalhadores daquela unidade, que já acompanhavam as negociações em curso e que assistiram, no final do Verão, à visita dos administradores da Medifarma às instalações. Os valores do negócio não foram revelados.
A Atral, empresa que se especializou na produção de medicamentos e em particular antibióticos, assumiu dificuldades financeiras em 2014 que levaram ao despedimento colectivo de cerca de 60 funcionários. Alguns foram entretanto readmitidos ao abrigo de empresas de contrato temporário, explica o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente (SITE).
A O MIRANTE João Silveira, dirigente daquela estrutura sindical, mostra-se preocupado face ao futuro da empresa. “É mais uma empresa a ser comprada e isso causa-nos preocupação. Há outros casos no concelho em que os grupos estrangeiros compraram as empresas para depois as liquidarem no futuro, esperamos que não seja o caso”, revela. O dirigente garante que o sindicato vai acompanhar de perto a situação e garante que, para já, não há “nada de preocupante ou fora do normal” a afectar os trabalhadores da empresa e que o clima é de estabilidade.
Ao longo do negócio a empresa foi mantendo o município ao corrente da situação e Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, assegura ter ficado com uma impressão “muito positiva” da visita dos responsáveis da Medifarma à fábrica da Vala do Carregado. Segundo o autarca, houve um alegado compromisso de manter os investimentos naquela unidade e até reforçá-los, já que a fábrica precisa de se modernizar.
Alberto Mesquita explica que a garantia dada ao município passava “não apenas pela manutenção dos postos de trabalho” como, também, pela expectativa de criação de novas vagas de emprego no futuro.