Autarcas e população queixam-se de falta de policiamento em Vila Franca de Xira
Vaga de assaltos a comércio e garagens na cidade gera preocupação. A polémica estalou com o quarto assalto consecutivo ao bar Flor do Tejo, situado na zona ribeirinha de VFX. Mas não foi o único: também garagens na Quinta do Bolhão têm sido assaltadas.
Vários moradores, comerciantes e autarcas de Vila Franca de Xira queixam-se que a cidade está a deixar de ser segura depois de uma recente vaga de assaltos a um bar da zona ribeirinha e a garagens de uma urbanização da cidade. As preocupações adensaram-se sobretudo depois do bar Flor do Tejo, na zona ribeirinha de Vila Franca de Xira, ter sido assaltado pela quarta vez este ano e da dona ter confessado a sua vontade de fechar de vez o estabelecimento.
Mas não é caso único, na última semana um comerciante da rua Serpa Pinto viu um grupo de assaltantes tentar entrar-lhe na loja mas foram dissuadidos pelo alarme e pelos moradores que vieram à janela ver o que se passava. Menos sorte tiveram alguns moradores da Quinta do Bolhão, escutados por O MIRANTE, que confirmaram vários roubos nas suas garagens, embora os meliantes apenas tenham levado bens de pouco valor - bicicletas, ferramentas e tintas. Uma das vítimas foi Filipe Pinheiro. “Já me tinham roubado a garagem há uns tempos e há duas semanas foram a outra”, lamenta.
Na última reunião de câmara uma moradora e comerciante em Vila Franca de Xira foi pedir ao presidente do município, Alberto Mesquita (PS), que seja mais pressionante com as forças policiais. “É com preocupação que vejo o que se está a passar. Trabalho numa loja e a polícia demora 30 a 40 minutos a actuar, porque não têm meios e os que existem têm de vir de Alverca. Já me aconteceu ligar para eles a meio da noite a dizer que o alarme da minha loja estava a tocar e responderam-me a perguntar o que queria que eles fizessem porque não podiam responder a todos os alarmes que tocassem. Assim não dá”, lamenta Lígia Rodrigues.
A comerciante assegura que se a PSP não tem meios a violência vai continuar e a insegurança também. “As pessoas sentem-se em risco, até de ir ao jardim depois de anoitecer, o que agora acontece logo depois das cinco horas, porque nem existe iluminação suficiente”, criticou.
Também João Vieira, do bar Flor do Tejo, esteve na reunião para lamentar a falta de iluminação na zona ribeirinha e que a PSP tenha dificuldade em circular no local. O presidente da câmara concorda que alguma coisa deve ser feita para resolver o problema da insegurança e prometeu informar o comando daquela polícia das queixas que estão a surgir.
“Os polícias deviam preocupar-se com isto e não apenas com as operações STOP e as multas de estacionamento. A câmara deve sensibilizar a polícia para estes problemas, porque aqui eles só sabem passar multas. Já precisei de chamar a polícia às duas da manhã e demoraram meia hora a percorrer meia dúzia de ruas”, critica Helena de Jesus, vereadora da Coligação Novo Rumo. Diz a eleita que já viu o telefone tocar na esquadra da cidade sem ninguém atender.
Na assembleia municipal realizada a 24 de Novembro também vários eleitos municipais queixaram-se da falta de segurança.
O MIRANTE contactou a Polícia de Segurança Pública de Vila Franca de Xira sobre esta matéria mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição.
“Vila Franca de Xira é das cidades mais seguras do país”
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), diz que é bom as pessoas preocuparem-se mas assegura que Vila Franca de Xira é das cidades mais seguras do país para se viver. “Não é verdade que estejamos no caos absoluto. Mas claro que há insegurança. O que a PSP me diz é que tem falta de meios, mas se a GNR conseguia fazer o seu trabalho com menos homens a PSP também deve conseguir. Esta distribuição das forças de segurança foi um absurdo e só provoca a sensação de que as pessoas estão abandonadas. Espero que a PSP nos oiça e faça o que lhes compete”, lamentou Alberto Mesquita.
Também Mário Calado, presidente da Junta de Vila Franca de Xira, garantiu na última assembleia municipal que a cidade é segura. “Dizer que a cidade é insegura vai em contraponto aos dados que existem. Mas precisamos de melhorar alguma iluminação”, notou.