Paroquianos querem obras na capela de São Pedro
Abaixo-assinado defende intervenção no templo situado em São Pedro, na periferia de Santarém. Paróquia diz que assunto não está esquecido mas ainda não chegou o seu tempo.
Cerca de 250 cidadãos já subscreveram um abaixo-assinado de apoio a obras na capela de São Pedro, em Santarém, que permitam a reabertura desse templo, encerrado há cerca de 13 anos e que apresenta alguns sinais de degradação. Fernanda Santos e Joaquim Feijão, dois moradores dessa zona na periferia da cidade, dão a voz pelos paroquianos e lamentam que a paróquia de São Salvador “não tenha interesse em fazer lá obras”.
A capela servia zonas populosas como São Pedro, Portela das Padeiras, Alto do Bexiga, bairro do Girão ou Outeirinho e agora os moradores para irem à missa têm de deslocar-se à cidade ou à capela dos missionários combonianos, no Jardim de Cima. “A gente fartou-se de trabalhar em festas para juntar dinheiro para lá se fazerem obras”, diz Fernanda Santos. Isso foi já há muito tempo e terão sido angariados cerca de 19 mil contos (cerca de 95 mil euros) para esse fim. Dinheiro que gostavam de ver aplicado na requalificação da capela.
O pároco de São Salvador, padre Joaquim Ganhão, diz que o assunto não está esquecido mas refere que tem havido outras prioridades na requalificação do património da paróquia, dando como exemplo as obras na Igreja da Piedade. “Não temos capacidade para fazer tudo ao mesmo tempo”, disse o sacerdote a O MIRANTE, acrescentando: “As comunidades têm as suas opções e nunca é um padre que as define sozinho. Mas também não é nenhum grupo de pressão...”.
O padre Joaquim Ganhão, que é também responsável pelos bens culturais da Diocese de Santarém, diz que nunca lhe chegou o abaixo-assinado e que cada coisa tem o seu tempo. “Se olharem para a realidade da cidade vêem que não temos estado parados. Compreendo que haja pessoas com uma certa idade que gostariam de ver as coisas feitas de um dia para o outro, mas ainda não é o tempo para avançar e o dinheiro ainda não chega para as obras. A comunidade cristã tem o seu ritmo e as suas opções e a seu tempo há-de decidir o passo a dar. Não se trata de embirração ou má vontade”, assegura.
Capela esteve para ser demolida
Há cerca de seis anos a capela de São Pedro chegou a ser considerada como hipótese para a instalação de uma casa mortuária, numa altura em que se alvitrava a hipótese de ser construído um novo cemitério na zona da Besteira, próximo da Portela das Padeiras. Um projecto apresentado pelo então presidente da câmara, Moita Flores, e que entretanto caiu por terra.
No início de 2010 a Câmara de Santarém e a paróquia do Divino Salvador estabeleceram um protocolo para fazer nascer, no local onde hoje se encontra a capela de São Pedro, uma nova capela e duas casas mortuárias que deveriam servir de apoio ao novo cemitério. A paróquia cedia o terreno em regime de direito de superfície pelo prazo de 50 anos e a autarquia garantia a construção da nova capela e das casas mortuárias. A gestão do espaço, junto à EN 3, ficaria a cargo da Igreja.