Terapeuta da Fala Vanessa Martins aconselha a tirar dúvidas em vez de se fiar em mitos
Problemas afectam pessoas de todas as idades e não se resumem à gaguez
Vanessa Martins é Terapeuta da Fala e trabalha tanto a nível de clínica privada como em escolas do Cartaxo e Pontével. Embora a nível comum exista a ideia de que uma terapeuta da fala é alguém que ajuda crianças a falar melhor, a actividade é mais vasta e abrange situações mais complexas.
“Ser Terapeuta da Fala vai muito para além de “ensinar” as crianças a falar. A intervenção pode começar nos recém-nascidos, nos serviços neonatais, quando há dificuldades de sucção ou deglutição, passa pelas crianças em diversas áreas, em adultos com problemas de voz ou de dicção e vai até à população mais envelhecida com alterações neurológicas consequentes de Acidentes Vasculares Cerebrais, demências ou doenças degenerativas”, explica.
Há alguns alertas que devem ser tidos em conta para solicitar o apoio de uma Terapeuta da Fala como Vanessa Martins. Em relação às crianças é de grande importância dar atenção à linguagem, articulação, leitura e escrita, voz, fluência (gaguez) e respiração. Em relação aos adultos os sintomas de problemas são detectados a nível da voz ou de problemas originados por doenças.
Vanessa Martins explica que a intervenção em Terapia da Fala deve iniciar-se o mais cedo possível, de preferência quando o problema é detectado. Segundo ela, as crianças que iniciam a terapia numa fase precoce do seu desenvolvimento tendem a obter resultados positivos mais rapidamente e com maior sucesso, do que as crianças que iniciam a terapia tardiamente. No entanto, acrescenta, é sempre útil fazer a terapia, seja em que idade for.
“As crianças mais velhas também apresentam resultados positivos embora possam progredir, de forma mais morosa, uma vez que adquiriram, utilizaram e automatizaram padrões errados durante muito tempo, que terão que ser corrigidos e novamente automatizados na terapia”, refere.
Nos adultos os resultados dependem da patologia que está na sua origem, diz Vanessa Martins. “Pessoas que tenham tido um AVC devem começar a intervenção o mais cedo possível, pois o cérebro responde de forma mais rápida nos primeiros meses de evolução. Nos casos de voz (exemplo: nódulos, pólipos, parésia da presa vocal) os resultados são bastantes positivos com pouco tempo de intervenção.
A vontade e empenho do paciente bem como o envolvimento da família são essenciais para o sucesso da terapia. “Quando a família e o paciente seguem as orientações e estratégias fornecidas pelo terapeuta e realizam os trabalhos que devem ser feitos em casa os resultados podem ser mais precoces e reduzir o tempo de intervenção”.
Vanessa Martins aconselha também que se tenha em atenção que muitas afirmações que se fazem a propósito de problemas da fala não correspondem à verdade e que em caso de dúvida deve ser sempre feita uma avaliação especializada. E cita algumas.
“A terapia da fala é só para as crianças que não falam bem; não precisa de terapia, isso com a idade passa. O nascer dos dentes atrapalha a fala. Antes dos 3 anos, não vale a pena fazer terapia. Agora não fala mas quando começar a falar diz logo frases completas. Ele é preguiçoso porque quando quer diz o som sozinho mas não o diz nas palavras. Quando a gaguez aparece na infância, torna-se crónica. Começou a gaguejar desde que apanhou um susto. Quando for para a escola isso resolve-se. Isso é mimo a mais”, exemplifica.
Para marcações de consultas podem ser utilizados os seguintes contactos: No Cartaxo, na Clínica Conforto & Elegância, na Rua 5 de Outubro bloco C rc/dto, telefone 243790765. Em Santarém, no consultório da Dra. Rosário Faustino, na Rua Colégio Militar, Lote B, através dos telefones 243322396 ou 919137182.