Santo Estêvão abre época de trampolins com homenagem a dirigente
António Manuel Oliveira foi o grande impulsionador da ginástica no clube de Santo Estêvão
António Manuel Oliveira foi no sábado, 4 de Fevereiro, homenageado pela secção de trampolins do Clube Futebol Estevense que co-organizou um torneio de abertura da modalidade em seu nome. Estiveram presentes cerca de 250 atletas de sete clubes da Associação de Ginástica de Santarém. ‘Tó Manel’, como é conhecido, foi o grande impulsionador da ginástica em trampolins no clube de Santo Estêvão, concelho de Benavente, que acabou por reactivar o desporto na colectividade pois durante cerca de 20 anos o futebol, que dá nome ao clube, esteve inactivo.
O seleccionador português, Carlos Matias, também treinador de trampolins no CF Estevense e no Clube Trampolins de Salvaterra, lembra o trabalho feito por António Manuel Oliveira no clube e como o pavilhão de Santo Estêvão se tornou casa das selecções nacionais.
“Iniciámos um projecto de trampolins, onde o António Oliveira, pai do ginasta David Oliveira, se dignou gastar tempo, capacidade de organização e entusiasmo com os trampolins de Santo Estêvão. Foi a pessoa certa e capaz de ir à procura do que era preciso para lutar face às dificuldades que surgem numa terra pequena. É certo que o sucesso tornou este pavilhão no centro profissional de treinos onde praticam as selecções de Portugal. Foi um dirigente que todos os clubes gostariam de ter, pela dedicação e capacidade que trouxe para o desenvolvimento desta modalidade”, refere Carlos Matias, de 55 anos.
O torneio, de carácter particular, serviu de preparação para os campeonatos do mundo de 2017 (Polónia) e abriu uma sequência no CF Estevense que no próximo ano procura homenagear, com um torneio, o ex-dirigente do clube Eusébio Ferreira, que, nas palavras de Matias, “sempre foi um entusiasta com todas as modalidades que apareceram no clube e a grande base local que todos na comunidade e autarquia puderam contar”.
Uma longa jornada
O torneio medalhou 83 atletas e durou várias horas. Alguns ginastas começaram a saltar às 9h00 e só voltaram a pisar os trampolins quase 10 horas depois. Alguns pais desesperam nas bancadas, agradece-se às funcionárias do clube que à entrada vendem sandes de carne assada. Já as crianças, enquanto esperam pela vez para saltar brincam no pavilhão. Nos corredores dos balneários jogam às escondidas ou brincam em colchões mais afastados dos trampolins de prova. Nas atletas mais velhas o nervosismo é visível, ainda que os treinadores as vão acalmando.
Poucos são os rapazes a competir mas também são esses que, no geral, recebem mais palmas. Antes de começarem o salto pedem permissão ao júri para saltar. Apesar da folga e folia que acontece em redor do pavilhão, há toda uma disciplina e respeito quando se sobe para o trampolim.
Na hora de entrega medalhas, Vítor Varejão, presidente da Associação de Ginástica de Santarém, não esquece de agradecer aos pais, pelas horas de espera e pelo apoio aos filhos que fazem muitos quilómetros para competir. Há um ambiente familiar entre treinadores e atletas de clubes diferentes o que revela que em 2018 a rotina será a mesma com o torneio a chamar-se Eusébio Ferreira.