“O melhor desta profissão é termos um desafio diferente todos os dias”
Francisco Santos Prado é Solicitador
Francisco Santos Prado, 37 anos, solicitador com escritório no Cartaxo, nasceu em Santarém e foi naquela cidade que viveu até há cerca de dois anos, altura em que se mudou para São João da Ribeira, concelho de Rio Maior. Queria estudar biologia marítima e pescas mas cedo percebeu que em Portugal não havia muitas saídas para aquele curso e desistiu. Adora desportos náuticos como pesca, caça submarina, surf ou body board. Diz que o melhor da sua profissão é o facto de ter sempre assuntos diferentes para tratar.
Nasci na freguesia de Marvila e vivi em Santarém até há cerca de dois anos, altura em que me mudei com a minha namorada para São João da Ribeira, concelho de Rio Maior.
Com o tempo aprendi a gostar de ser solicitador. Queria estudar biologia marítima e pescas. Como havia alguns amigos a terminar o curso percebi logo que em Portugal não me safava porque não havia saídas profissionais para aquela área. A única solução era o ensino e eu não queria ser professor.
O meu estágio foi antes de tirar o curso. O meu pai também era solicitador e eu ajudava-o nas férias. Ia para o escritório e fazia pequenos recados como ir à repartição de finanças ou aos bancos. Também escrevia no computador os requerimentos que o meu pai fazia à mão.
Em 2009 adquiri estas instalações no Cartaxo e convidei outros colegas para virem trabalhar comigo. Optámos por ter uma loja no rés do chão com a porta aberta ao público em vez de estarmos fechados num apartamento, para assim conseguirmos captar mais clientes. Aderimos ao Balcão Único do Solicitador que é um projecto da Ordem dos Solicitadores.
Fazemos serviços que até há pouco tempo não eram dos solicitadores como constituição de sociedades na hora, títulos de transmissão, de partilha, doação, registo automóvel procurações. Trabalhamos também com municípios e gostaríamos de trabalhar com mais câmaras municipais. Também trabalhamos com entidades bancárias e com empresas multinacionais.
Gosto de pesca e mergulho. Adoro desportos náuticos. Antigamente fazia muito body board e comecei com o surf mas acabei por desistir por falta de tempo porque o surf é um desporto que exige uma grande dedicação uma vez que não se aprende num dia. Quando chegava à praia do Baleal, onde tenho casa e estavam boas ondas, esquecia a prancha de surf e pegava na de body board.
Desde que nasci que vou para a praia do Baleal, onde tenho casa. Os três meses de férias eram passados lá com os meus amigos. Fizemos algumas traquinices próprias de adolescentes. Quando tinha cerca de 15 anos descobri um barco de borracha no sótão que devia ter alguns 30 anos. Lá convenci o meu pai a usar o barco. Levávamos o equipamento de caça submarina e íamos até à ilha do Baleal.
Agora o meu tempo livre é para estar com a minha namorada. Vivemos em São João da Ribeira, concelho de Rio Maior e costumo dizer que é o sítio mais caro do país. Como não existe nenhuma mercearia, quando falta a manteiga lá venho eu a Santarém às compras. Pago a manteiga, as portagens e o gasóleo. Sai caro.
Trabalho com a minha namorada mas quase que nunca temos tempo de falar um com o outro. Encontramo-nos às vezes nos corredores porque também temos serviços externos e ou eu ou ela estamos fora. Em casa também falamos muito pouco de trabalho. Fazemos um resumo nos 20 minutos de caminho para casa.
Acho que Santarém tem evoluído em termos de infra-estruturas mas não tem atraído indústria. A cidade está mais limpa e mais organizada. No Natal fui fazer compras ao centro histórico e vim de lá muito triste porque não se via ninguém nas lojas.
Muitos dos meus amigos emigraram e estão muito bem na vida. Estão espalhados por esse mundo fora. Acho que o nosso país não dá condições aos portugueses nem existe um aproveitamento do talento por isso vão-se todos embora. Portugal só tem a perder com isso. Eu não vou emigrar. Não me vejo como emigrante. Já tive um convite para Angola mas não aceitei. Sinto falta da comida, da família, dos amigos que cá estão.
O melhor desta profissão é que todos os dias temos um desafio diferente. Isso acontece porque os processos não são todos iguais. Somos obrigados a estudar para encontrar as melhores soluções.