Nova estratégia das Sociedades de Garantia Mútua anunciada na Nersant
As assembleias electivas das três sociedades de garantia mútua a operar no país - Garval, Norgarante e Lisgarante - elegeram um presidente do conselho de administração único. Luís Filipe Costa preside agora aos três organismos, tendo estado em Torres Novas a convite da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém, a anunciar a nova estratégia decorrente desta eleição.
Tendo em conta o papel relevante assumido pelas PME (pequenas e médias empresas) na estrutura económica e empresarial portuguesa e as dificuldades encontradas no acesso ao crédito, debatidas em diversos momentos pela Nersant, torna-se premente discutir uma vez mais essa questão, o que motivou a direcção da associação empresarial a convidar o recém-eleito das três sociedades de garantia mútua a operar no país. Luís Filipe Costa, que presidiu ao IAPMEI durante seis anos, acedeu ao convite da associação e reuniu com diversos empresários que integram a sua direcção. O encontro, em Torres Novas, visou conhecer a nova estratégia dessas três sociedades, bem como conceder contributos à mesma.
O presidente da Garval, Norgarante e Lisgarante começou por referir o facto de estas três sociedades de garantia mútua terem agora um presidente do conselho de administração comum que vai “harmonizar procedimentos, quer no que se refere a tempos de resposta, quer no que se refere a critérios de análise de risco”. Esta foi uma das prioridades assinaladas por Luís Filipe Costa, que devido à sua experiência, nomeadamente enquanto presidente do IAPMEI, tem acompanhado de perto o trabalho da garantia mútua.
“É necessário harmonizar tempos de resposta aos projectos nas sociedades de garantia mútua. Não faz sentido que numa delas o período de resposta seja maior ou menor que noutra, assim como não faz sentido que projectos sejam aprovados numa sociedade de garantia mútua, e noutra não”, referiu o responsável.
Esta questão levanta ainda uma outra prioridade do presidente eleito, e que tem a ver com os processos de sindicação, “que têm vindo a agravar-se”. Luís Filipe Costa anunciou a criação de um comité específico para operações sindicadas, isto é, com crédito repartido por várias sociedades de garantia mútua. “Tem que haver uma maior coordenação entre as sociedades de garantia mútua”, garantiu.
Outra das prioridades do seu mandato, revelou Luís Filipe Costa, e que acabou por reconhecer que já está “parcialmente resolvida”, é a criação de uma linha de crédito complementar à linha criada pelo IFD, que, por ser financiada pelos fundos comunitários, tem muitas restrições de acesso que as linhas nacionais não têm. “Neste momento já foi lançada a Linha de Crédito Capitalizar, que conta já com centenas de candidaturas”, disse.
Anunciadas as prioridades do novo presidente do conselho de administração da Garval, Norgarante e Lisgarante, foi a vez da direção da Nersant intervir. A presidente da direcção, Maria Salomé Rafael, assim como os restantes empresários presentes, congratularam-se com esta presidência comum às três sociedades de garantia mútua, que reconheceram ser uma mais-valia para a harmonização de prazos e procedimentos no âmbito da aprovação do crédito às empresas.
A presidente da direcção da Nersant, não obstante a importância da Linha de Crédito Capitalizar, referiu a importância do alargamento da Linha de Capital Reversível a todo o país uma vez que a mesma está apenas em vigor apenas na região norte.