Nos últimos anos várias autarquias promoveram as pinturas de paredes, disponibilizando muros e paredes e oferecendo tintas para que os nossos grandes mestres da pintura pudessem dar largas à sua imaginação e deixar património pictório em quantidade e qualidade suficientes para fazerem parte de qualquer acervo de futuros museus da pré-história, expostos ao lado de gravuras rupestres.
O sucesso foi tal que recentemente até a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo contratou, provavelmente com recurso a fundos comunitários, um conceituado artista desses tais rupestres modernistas para decorar, com ampliações de motivos sacados da internet, bastos edifícios do seu território.
Eu que tenho assistido a esta e a outras formas autárquicas de as artes (O festival do caracol unicorno com imitadores gagos de artistas fanhosos, é um bom exemplo), venho propor que, para estarmos a par das últimas tendências da moda que chegam de Torremolinos, sejam organizados campeonatos juvenis de atirar televisões para a banheira e colchões para o meio da rua, com apoio do Portugal 2020, claro. Mas isso nem é preciso dizer porque o insisivelmente omnipresente secretário executivo da CIMT, Miguel Pombeiro, já deve estar a tratar do caso.
Rui Ricardo