A parada em causa da antiga Escola Prática de Cavalaria em Santarém tem mais de 6500 m2, tendo o espectáculo, incluindo “o palco, cenários”, bancadas, cadeiras e pessoas em pé ocupado apenas uma área de cerca de 300 m2. Numa iniciativa que tinha tudo para brilhar, foi pena que a organização tenha subestimado o número de espectadores e foi pena que, apesar de termos passado por um 25 de Abril, continuem a verificar-se mordomias que revelam a pouca democracia que parece fazer parte da vivência destas organizações. Refiro-me, por exemplo, aos lugares marcados. Também foi pena que alguns dos participantes não tivessem estudado o texto convenientemente e que o som fosse para esquecer.
Fui dos primeiros a chegar ao Largo Infante Santo e por pouco estive em risco de ter de sair por falta de espaço e estamos a falar de uma área enorme onde, na altura do 25 de Abril cabiam todos os efectivos do quartel, que eram mais do dobro das pessoas que estavam a assistir ao espectáculo. Por certo nessa noite de 24 para 25 de Abril de 1974 não houve atropelos, nem gritos e tudo correu de forma muito mais organizada.. Espero que a comissão organizadora tenha aprendido com estes lapsos e, porque errar é humano, não volte a fazer a mesma palermice.
Luís Miguel Carreira Silva