As “notícias de circo” sobre as descobertas da cura do cancro
A notícia saiu em O MIRANTE na edição de 19 de Janeiro deste ano. Tinha como título: “Jovem cientista de Salvaterra de Magos investiga cura para o cancro”. E depois podia ler-se. “A tese de mestrado de Bernardo Caniço, que incidiu sobre uma bactéria que pode erradicar as células cancerígenas, alcançou um feito raro no Instituto Superior Técnico: obteve a classificação máxima, 20 valores. Na mesma altura, a mãe de Bernardo lutava contra um linfoma. Saíram ambos vencedores.” Fui levado a imaginar que o facto de terem saído vencedores não tinha nada a ver com a cura do cancro e acho que estive bem.
Já o ano passado, em Maio, quando li a notícia: “Futuro do tratamento do cancro não passa pela quimioterapia” que falava da “Jovem investigadora” de Tomar que tinha vencido prémio internacional de melhor tese de doutoramento com uma tese sobre uma nova abordagem terapêutica para o cancro do pulmão, recorrendo a agentes terapêuticos que vão ser administrados no paciente através de inalação, matando apenas as células tumorais, também não me entusiasmei por aí além.
Desde que me conheço que leio notícias nos jornais sobre a invenção da cura para o cancro. Costumo dizer que é a “medicina de circo” e não me engano. Agora a única diferença é que os cientistas e investigadores têm vinte e poucos anos, o que significa que ainda nem tiveram tempo para investigar nem cientificar nada e já têm os títulos. Quanto à cura para o cancro podemos continuar todos à espera...sentados de preferência.
Hélio Barata