Deitou fogo à casa dos pais depois de os ter expulsado da própria residência
João e Fátima Parente desesperam com a violência de que têm sido alvo e receiam que o filho cumpra ameaças de morte que lhes tem dirigido. Um caso de polícia que há muito está registado.
O filho de João e Fátima Parente cumpriu a ameaça feita à mãe há cerca de um mês e incendiou a casa onde morava e de onde já tinha expulsado os pais em Dezembro do ano passado, tendo depois fugido do local. O caso ocorreu na manhã de domingo, 18 de Junho, no Jardim de Cima, periferia de Santarém, e no local estiveram os bombeiros e a PSP que identificaram o “presumível” suspeito do incêndio. Não foi detido por não se encontrar no local.
João e Fátima vivem em pânico com medo do filho e estão desesperados com as suas atitudes e ameaças contra a própria vida. Assim que se passa a porta de casa o sinal de destruição é visível. Vidros pelo chão, paredes queimadas, tecto destruído e um cheiro a fumo. No exterior há restos de mobílias queimadas. No interior da residência já não há móveis, nem sofás, nem camas. Foi tudo vendido pelo filho de João e Fátima, alegadamente, para ter dinheiro para comprar droga.
“Um vizinho telefonou-me a dizer que estava a sair muito fumo da lareira, o que não é normal nesta altura do ano. A minha mulher ligou logo para os bombeiros e a nossa sorte foi que eles foram rápidos no socorro. É um desespero muito grande saber o que lutámos uma vida inteira para ter esta casa, que é a única coisa que é nossa. Olhamos para ela e vê-la neste estado, sem termos dinheiro para a reconstruir, dá uma revolta muito grande. Só apetece desistir de tudo”, confessa Fátima Parente enquanto as lágrimas correm pelo rosto.
O filho, de 37 anos, tem feito a vida negra aos pais. No dia 23 de Dezembro do ano passado agarrou em toda a roupa do seu pai, meteu-a dentro de sacos e disse que não o queria mais lá em casa. Numa casa que nem é sua. João Parente preferiu sair por já não aguentar tanta agressividade e violência. Alugou um quarto nos arredores de Santarém. A mãe ainda ficou mais uns dias para tentar serenar os ânimos do filho mas, como tudo continuou na mesma, foi Fátima quem optou por se juntar ao marido.
“Saí e deixei-o ficar lá em casa porque é meu filho e não queria que ele andasse por aí na rua sem ter onde ficar. O problema e a nossa maior mágoa foi quando, uns dias depois, regressei a casa para buscar umas roupas que precisávamos e como ele não estava em casa consegui ver que vendeu todo o recheio da casa. Até os electrodomésticos vendeu. Isto não se faz. Não é um palacete mas é a nossa casa, da nossa vida e ele não pode fazer isto”, afirma Fátima Parente sem esconder a mágoa.
João e Fátima garantem já terem dado todas as oportunidades ao filho e que já não perdoam mais. Até já foram ao centro de saúde tentar que o filho seja chamado para uma consulta de psiquiatria. Mas agora já não querem saber e esperam que o filho pague pelas “maldades” que tem feito aos próprios pais. “Não conseguimos dormir tranquilos. Quando ouvimos qualquer barulho temos medo que seja ele, porque já nos ameaçou diversas vezes, através de mensagens de telemóvel que nos mata. Temos medo que ele cumpra as ameaças porque já percebemos que é capaz de tudo”, diz João Parente.
Não é a primeira vez que ateia fogo à casa dos pais
Esta não é a primeira vez que o filho ateia fogo à casa que os pais construíram e pagaram ao longo de uma vida de trabalho. Em Julho de 2014, O MIRANTE noticiou que o indivíduo regou com gasolina a casa onde vivia com os pais e ateou-lhe fogo quando estes se encontravam em casa. Na altura, João e Fátima conseguiram apagar o fogo rapidamente. No entanto, a mãe ainda teve que ser assistida no Hospital de Santarém por apresentar queimaduras na pele. Os pais chamaram a polícia, que retirou o filho do local e levou-o para a esquadra onde foi identificado.
As paredes estavam negras do fumo. A mãe passou a noite no hospital enquanto o pai teve que improvisar uma cama no chão do quintal para dormir, por causa do cheiro. O carro, estacionado à porta, ficou com o vidro traseiro partido. Em Julho de 2014 João Parente contava a
O MIRANTE que aquela não tinha sido a primeira vez que houve discussões entre pais e filho.