Uma arte que dá nas vistas
Trabalho de body painting chamou a atenção na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.
Chama-se body painting (pintura corporal) e está longe de se encontrar entre as mais comuns manifestações artísticas. Daí que não surpreenda a atenção e curiosidade com que foi olhado o trabalho de Elisabete Rocha no corpo da jovem modelo Filipa Abrantes, no dia de abertura de mais uma edição da Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo, em Santarém.
O traje de toureiro, uma espécie de segunda pele feita de tinta, deu nas vistas pelo trabalho meticuloso e colorido da artista de Óbidos e também pela nudez e curvas da modelo residente em Caldas da Rainha, não deixando indiferente quem passava junto ao expositor do município de Santarém, numa das naves do Centro Nacional de Exposições. A contratação da dupla partiu do parque aquático municipal de Santarém e pode dizer-se que foi uma aposta ganha, pois se a ideia era atrair a atenção dos visitantes isso foi plenamente conseguido.
A dupla já trabalha junta há seis anos: Elisabete como criadora, Filipa como tela viva. “São obras de arte efémeras mas eficazes na interacção com o público. As pessoas valorizam o corpo e a pintura”, diz a pintora, acrescentando que se trata de uma conjugação harmoniosa entre a beleza e o sacrifício da modelo - que dá literalmente o corpo ao manifesto - e a arte da pintura.
Elisabete e Filipa costumam participar em eventos ligados ao body painting e conquistaram mesmo um primeiro prémio num festival nacional no Porto com um trabalho denominado “O fado, a filigrana e o vinho”. A modelo, que estuda Gestão de Eventos em Peniche, diz que gosta de todas as obras da artista e sente-se confortável no papel de tela humana, apesar de reconhecer que há ainda alguns preconceitos quando se olha para este tipo de arte. “Mas habitualmente as coisas correm bem, as pessoas interagem e pedem para tirar fotografias”. Como sucedeu nessa tarde, em que Filipa não parou de ser solicitada por visitantes, forcados e campinos.