“Ter o Ateneu na rua durante o Colete Encarnado é a festa das festas”
Cristina Mateus é dirigente da colectividade e tem orgulho em ser de Vila Franca de Xira. Cristina Mateus, 43 anos, é uma vila franquense apaixonada pela sua terra. Considera-se aficionadíssima e garante que tem assiduidade máxima nas festas do Colete Encarnado. Membro da recente direção do Ateneu Artístico Vilafranquense, considera uma mais valia poder contribuir para o desenvolvimento cultural da comunidade vilafranquense e observar todos os dias a capacidade de superação das pessoas.
O que representa o Ateneu Artístico Vilafranquense para o concelho de Vila Franca de Xira? O Ateneu é uma das maiores colectividades do concelho. É uma colectividade referência. Especialmente na música, com a banda. Durante muitos anos o Ateneu perdeu preponderância, mas estamos a trabalhar para recuperar o terreno perdido.
Como vê o futuro do Ateneu? Vejo com algumas curvas, mas com uma meta à vista que é a modernização e tornarmos as actividades que temos mais apelativas. Temos agora a orquestra juvenil, por exemplo, que faz com que os jovens não venham só aprender música mas que também tenham o objectivo de se integrarem numa banda e irem para a rua tocar. No fundo queremos reaproximar o Ateneu das pessoas, porque em certa altura houve uma relativo afastamento.
O que tem o Ateneu para oferecer às pessoas? Desporto (zumba, dança desportiva e Taekwondo), várias danças como o Flamenco o Ballet e a dança social. Para o ano vamos ter uma nova modalidade da dança que é a Dança Inclusiva para pessoas com mobilidade reduzida. Na escola de música a nossa oferta começa na música para bebés, ensino de instrumentos e formação musical. Além disso temos uma actividade cultural diversificada ao longo do ano, com espectáculos de música e teatro.
Como tem sido a aderência das pessoas? As pessoas querem conhecer e participar mas quem está no associativismo sabe que não podemos ficar à espera que elas venham. Temos que ser nós a levar as actividades até às pessoas, embora existam muitas limitações para fazer a divulgação. O que verificamos é que, depois de conhecerem e arriscarem as pessoas obtém resultados. Conseguimos produzir grandes talentos nacionais no Ateneu.
O que a trouxe para o Ateneu? Sou sócia do Ateneu 42 anos. Sou de Vila Franca de Xira e o meu pai fez parte de várias direções do Ateneu. A minha participação na direcção partiu de um pedido de ajuda para tirarmos o Ateneu de uma situação menos boa. Começamos por ajudar um bocadinho e a seguir agarramo-nos totalmente ao projecto. Todos os dias há coisas para fazer. E dá-me muito prazer poder contribuir para a satisfação dos vilafranquenses e da comunidade do concelho. Ver que as pessoas se superam e atingem objectivos é o melhor prémio.
Vai ao Colete Encarnado? Claro. Todos os dias. Não faltarei de certeza. Assiduidade máxima.
É aficionada? Sou aficionadíssima. Desde pequena que sou. Sou de Vila Franca de Xira e vou aos toiros desde pequena. Para mim é um momento de prazer. Eu acho uma corrida de toiros um espectáculo lindíssimo. Mas compreendo e aceito quem não pensa como eu. Até porque tenho familiares que não gostam embora os meus dois filhos estejam a seguir as minhas pisadas.
Que importância tem a festa para a cidade e concelho? Muita. Este ano ainda com uma relevância maior. O Ateneu vai estar muito presente na festa. A banda de música vai estar em quase todas as iniciativas tauromáquicas. As atividades do Ateneu vão participar em espectáculos de palco. Vamos ter o Ateneu na rua. Isto é a festa das festas. Para a economia é muito importante e também para a divulgação da cidade lá fora, porque vêm muitos turistas.
Como vê a politica no concelho? As colectividades têm que ser apartidárias. Não podemos estar presos a um partido político. Temos que ter independência para podermos servir toda a gente. Nunca se consegue gerir uma casa desta dimensão estando presos a favores. Quanto mais afastados estivermos melhor. Nós fazemos política mas é uma política cultural.