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“Touros de fogo” mancharam imagem da Festa da Amizade e da Sardinha Assada
TRADIÇÃO. Este ano a Festa da Amizade em Benanvente ficou prejudicada com actividades que poêm em causa os direitos dos animais o que levou à intervenção do Ministério Público

“Touros de fogo” mancharam imagem da Festa da Amizade e da Sardinha Assada

Programa da Festa da Amizade e da Sardinha Assada manteve largada de touro com engenhos pirotécnicos fixados aos cornos, o que levou a GNR a identificar elementos da organização. A actividade “touros de fogo” que estava anúnciada foi retirada do programa mas a polémica instalou-se.

A Guarda Nacional Republicana mandou para o Ministério Público e para a Inspecção Geral das Actividades Culturais (IGAC) um relatório sobre o uso de engenhos pirotécnicos na largada de toiros de Benavente na madrugada de sábado, 24 de Junho, que nada tem a ver com a iniciativa “touros de fogo”, prevista para dia 22 e que acabou cancelada devido à polémica que se instalou.
Em causa está o facto de ter sido largado um touro na manga com uma armação metálica fixada aos cornos onde arderam engenhos pirotécnicos semelhantes aos que se põem nos bolos de aniversário, algo que já acontece nas festas de Benavente há vários anos e sempre no terceiro touro das largadas da noite de sexta e madrugada de sábado. Este ano muita gente pensou que se tratava dos “touros de fogo” anunciados no programa e cancelados horas antes por pressão de associações de defesa dos animais e parecer desfavorável da Direcção-Geral de Veterinária.
A GNR identificou os organizadores da actividade na noite de sexta-feira e madrugada de sábado, integrada na Festa da Amizade e da Sardinha Assada de Benavente, e cabe agora ao Ministério Público avaliar a situação e à IGAC, que tem competência na área da tauromaquia, pronunciar-se se o espectáculo estava autorizado como actividade tauromáquica e se existiram maus tratos a animais.
A secção de Benavente do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) – comarca de Santarém – disse à Lusa que foi determinada a “abertura de inquérito para efeitos de investigação da eventual prática de crime relacionada com a actividade ‘touros de fogo’”.
“Na nossa opinião, o que aconteceu não configura crime, porque não houve ‘touros de fogo’”, actividade que “nem sequer faz parte da tradição” de um concelho, que tem a sua história, assente no touro, no cavalo e no campino, e que gosta de a celebrar “com alegria e em convívio”, diz o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU),.
O autarca esclarece que a actividade “touros de fogo” foi retirada do programa da Festa da Amizade depois de recebido um parecer desfavorável da Direcção-Geral de Veterinária. Acrescenta que o incidente ocorrido na madrugada de sábado não se enquadra nos chamados “touros de fogo” que se pratica em Espanha, em que são colocados nos cornos do touro panos embebidos num líquido inflamável posto a arder enquanto o animal corre num espaço aberto, provocando queimaduras e ferimentos.
Carlos Coutinho explica que a actividade foi colocada no programa sem conhecimento prévio do município, que apoia a festa organizada pelas comissões da sardinha assada e da picaria.
“O que aconteceu não foi ‘touros de fogo’. Algumas pessoas decidiram colocar uma pequena estrutura em ferro acoplada aos cornos de um touro, onde colocaram pequenos foguetes usados nos bolos de aniversário que arderam durante 30 ou 40 segundos. Não provocou qualquer ferimento no animal, ao contrário do que sucede em Espanha”, disse Carlos Coutinho, que lamentou o sucedido.

“Touros de fogo” mancharam imagem da Festa da Amizade e da Sardinha Assada

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