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Barcaças abandonadas mancham a paisagem no Tejo

Barcaças abandonadas mancham a paisagem no Tejo

Seis carcaças de batelões estão abandonadas na margem do Tejo, na zona de Azambuja, a desfazer-se e já com alguns componentes a soltarem-se. O assunto foi levantado em reunião de câmara. O administrador da empresa que toma conta das embarcações garante que a situação está controlada e legal e que não se vai alterar.

Na margem do rio Tejo no concelho de Azambuja há seis batelões abandonados com certas partes a separarem-se do todo. Tratam-se de grandes esferas de metal cujas cordas de cânhamo que as mantinham presas às embarcações se desfizeram com o tempo e a acção dos elementos. A situação foi denunciada por José Carlos Matos, presidente da concelhia do CDS de Azambuja, durante a última reunião do executivo da Câmara de Azambuja, mas a autarquia não sabia, na altura, quem era o proprietário dos batelões e a única promessa que fez foi a de que iria averiguar de quem se tratava para “tentar chegar a um consenso para a situação”, afirmou o presidente Luís de Sousa.
Os batelões estão, segundo José Carlos Matos, abandonados naquele lugar desde o princípio desta década, tendo a empresa que os detém mudado de nome e de proprietários. Actualmente pertence ao grupo EPA - Sociedade de Agregados de Azambuja, cujo administrador é Pedro José Santos Ribeiro, que garante que a situação dos batelões está legal. “Estão num terreno privado, são da nossa responsabilidade e por isso não têm nada que sair dali”, diz.
O local onde se encontram as embarcações, que medem sensivelmente 100 metros por 20 metros e pesam cerca de 700 toneladas, é o estaleiro a norte da aldeia avieira do Porto da Palha, no local conhecido como “Cais da Santinha”. Além das seis embarcações de grande porte presas à margem e de uma outra numa doca, ainda lá está uma plataforma com uma máquina de grandes dimensões que servia para o transvase de cimentos.
Ao que José Carlos Matos explicou a
O MIRANTE, “a empresa do grupo Zubareia que detinha antes os batelões importava cimentos do norte de África em grandes navios, fazia a trasfega em Lisboa para estas barcaças e elas, por sua vez, vinham para este ponto de onde carregavam em camiões que depois o distribuíam. O que me foi transmitido é que a empresa ficou insolvente e agora aquilo está entregue a um individuo que raramente se vê e que não tem condições para tomar conta 24 horas por dia daquilo tudo”.
Pedro Santos Ribeiro confirma que os batelões ainda são da Zubareia, uma empresa do grupo EPA, mas que “não estão abandonados, temos um encarregado a supervisioná-los e não há nada de errado com eles”.
José Carlos Matos sugeriu que “se podia vender os batelões à sucata, conseguir-se algum dinheiro com eles e ajudar à requalificação desta área”. Os batelões e o estaleiro abandonado são os únicos pontos a ensombrar a beleza da paisagem durante quilómetros, sendo que o troço do Tejo entre os concelhos do Cartaxo e Azambuja é usado, entre outras finalidades, para desportos radicais e actividades desportivas e de lazer como descidas ou passeios de caiaque, passeios de barco ou como simples praia fluvial.
“A zona onde está o estaleiro e os batelões, se fosse reaproveitada, dava uns 500 metros de praia fantástica”, alertou João Carlos Matos. Já Pedro Santos Ribeiro julga a ideia “uma enorme estupidez, sem qualquer sentido” uma vez que a criação de uma praia naquela zona necessitaria da deslocação de enormes quantidades de areia que foram retiradas no passado e de uma logística “desnecessária e que não faz qualquer sentido ali”.
O MIRANTE contactou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para saber se tem a situação sinalizada, não tendo obtido qualquer resposta até ao fecho desta edição.

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