Cheiro a gás no apartamento mudou a vida de moradora no Cartaxo
Situação dura há nove meses e Isaura Viana já expôs o caso a algumas entidades. Forte odor sentido na cozinha levou-a a deixar de usar o fogão e o esquentador. Inspecção técnica não detectou anomalias.
Isaura Viana convive há nove meses com o cheiro a gás no seu apartamento no centro do Cartaxo. Desde que detectou a situação já não cozinha nem dorme no quarto que se situa mesmo ao lado da cozinha, nem toma banho com água quente com medo de ficar intoxicada com o cheiro ou acontecer algo pior.
Com a cozinha fechada, a reformada vê-se cingida a alimentar-se de pão, frutas e água e a fazer da sua sala uma ‘cozinha improvisada’ onde prepara e toma as suas refeições. “Nos dias melhores, quando os meus vizinhos não estão em casa e não se sente tanto o cheiro a gás, ainda coloco coisas no frigorífico, mas depois estou dias e dias sem entrar na cozinha e a comida vai-se estragando”, conta.
Com uma saúde frágil, Isaura, de 69 anos, confessa que, neste momento, não sabe a quem mais se dirigir. “Não sei o que fazer. Já contactei a empresa que gere o condomínio, a empresa Tagusgás, que fornece gás natural aos meus vizinhos, o delegado de saúde e o município do Cartaxo, mas ninguém faz nada”, lamenta, referindo que se preocupa, sobretudo, com a perigosidade da situação e também com os efeitos que este cheiro pode causar.
O cheiro começou a ser detectado em Novembro do ano passado, quando bateram à porta de Isaura Viana e comentaram que cheirava a gás na sua casa, apesar de a moradora nunca ter notado. A reformada chamou os vizinhos para confirmarem a situação e, desde então, tem tentado resolver o problema. Na altura, depois de tanto insistir, a anterior empresa de condomínios decidiu, em Janeiro, substituir o tubo no andar acima do seu apartamento para puxar os gases e colocar uma girândola nesse tubo. Obras essas que não resolveram a situação e a reformada decidiu em Março procurar um técnico para observar o que se passava com a conduta.
Foi aí que, refere a reformada, “fiquei a saber que o problema seria o cano amolgado a 1,20 metros do seu esquentador”. Decidiu ainda contactar com a anterior empresa de gestão de condomínios, seguidamente com a Tagusgás, o delegado de saúde, Câmara do Cartaxo e a actual empresa de gestão de condomínios, a exercer desde Junho, que, “até ver, nada fizeram para resolver a situação”. Uma situação incomportável para Isaura Viana que se sente indignada por “todos saberem da situação e fingirem que nada se passa”.
Tagusgás diz que não foram detectadas anomalias
Contactado por O MIRANTE, o director comercial e qualidade do serviço da empresa Tagusgás, Vítor Silva, confirma que em Dezembro do ano passado foi activado o serviço de emergência da empresa, tendo uma equipa técnica ido ao local. Foram realizados testes de despiste não se tendo verificado quaisquer anomalias. Confirma ainda que em Abril deste ano foi efectuada nova inspecção às partes comuns do prédio, por uma entidade credenciada (ISQ), a pedido do condomínio, não tendo sido verificada qualquer anomalia com a rede de gás.
Vítor Silva conclui referindo que a empresa considera “ter encetado todas as diligências necessárias por forma a garantir a segurança de pessoas e bens, declinando qualquer responsabilidade na situação apresentada e para a qual somos alheios, sendo que nos mantemos disponíveis para colaborar na resolução da situação”.
Já o município do Cartaxo, até à hora do fecho da edição não deu qualquer esclarecimento sobre o assunto.