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Uma directora financeira que se divide entre a gestão e o teatro

Uma directora financeira que se divide entre a gestão e o teatro

Eduarda Oliveira tem 40 anos e trata das contas do Teatro-Estúdio Ildefonso Valério e do Cegada Grupo de Teatro.

Eduarda Filipe de Oliveira nasceu a 26 de Novembro de 1976 em Angola. Veio com os pais para Portugal em 1990, porque a avó paterna era de cá. Foram na altura morar para Lisboa e o facto de viver na capital tornou-a uma eterna cosmopolita. Confessa-se muito mais citadina que campina, mas foi morar para Vila Franca de Xira quando casou. Agora reside em Alverca e é directora financeira do Teatro-Estúdio Ildefonso Valério e do Cegada Grupo de Teatro.
Estudou até ao 12º ano no Lumiar e tirou depois o curso de Gestão de Empresas na Universidade Lusófona de Lisboa. “Foi lá que aprendi a gostar de contabilidade. Antes tinha tirado um curso de Design de Comunicação, mas quando surgiu a possibilidade de abrirmos um negócio de família, um minimercado, pensámos que seria bom que alguém dentro da família tivesse capacidades de gestão e contabilidade para poder supervisionar as contas do negócio”, conta Eduarda. Foi um professor especial que lhe despertou a paixão pela área, “porque era fantástico, via-se que gostava realmente daquilo que ensinava, o que é essencial para as pessoas gostarem e terem gosto em aprender”.
Depois de terminar o curso trabalhou cerca de três anos na Orgamatic, em Entrecampos, onde a visão global que lhe permitiram ter da gestão da empresa a ajudou a evoluir: “O dono da empresa tinha a visão de que quem está a tratar da contabilidade deve conhecer o processo do princípio ao fim, do lançamento contabilístico até à altura em que tem de se entregar o relatório único no final do ano. Aprendi tudo, o que fez com que se ficasse com ferramentas para ter a noção global, que no fundo é o que é a gestão, da saúde da empresa”.
Após sair da Orgamatic, e já a morar na altura em Vila Franca de Xira, passou por outra empresa na área contabilística antes de chegar ao Cegada Grupo de Teatro. O curioso foi que não entrou logo no grupo como gestora financeira, mas como actriz. “Fiz uma formação para actores por desafio da minha família. Diziam-me que lá em casa de vez em quando surpreendia-os com coisas que era capaz de fazer e incentivaram-me a tirar a formação, que terminava ao fim de três meses com um espectáculo”.
No Cegada gostaram tanto dela que a convidaram a ficar, permitindo-lhe ir subindo até chegar a directora financeira, uma tarefa que desempenha há seis anos e que impõe um horário exigente. “As pessoas às vezes têm uma visão errada da área da cultura, acreditam que quem lá está só faz o que gosta e não é bem assim! Durante o período da manhã, mesmo não havendo espectáculos, há sempre coisas da parte financeira para fazer, seja para elaboração de projectos para candidaturas, seja para o que já está a decorrer. Ver se todos os gastos que estão a ser feitos estão a cumprir o orçamento anteriormente elaborado, porque senão seria caótico… Tudo isso é necessário ser feito e é feito numa altura em que o navio já está em alto mar e não pode parar”.
Eduarda conta que quando o grupo se encontra em fase de criação é necessária uma boa gestão das equipas técnica e artística e dos actores: “Tudo isso tem de ser pensado para se elaborar o orçamento e depois tem de ser sempre vigiado e balizado para se verificar se está a correr tudo dentro do previsto para podermos manter-nos e crescer”.
Acredita que uma gestão partilhada entre homens e mulheres é uma gestão mais forte: “Os homens precisam de aceitar que somos ambos competentes mas temos visões diferentes, porque somos criados e temos características que nos tornam diferentes e que nos conferem sensibilidades para umas coisas às mulheres e outras aos homens. O bom é estarmos juntos porque cria uma organização muito mais dinâmica e forte”.

Uma directora financeira que se divide entre a gestão e o teatro

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