PJ investiga morte de agente da PSP na Póvoa de Santa Iria
Cacilda Gomes, 53 anos, foi encontrada sem vida em casa com ferimentos de bala. Agente da PSP prestava serviço no comando de Lisboa e vivia na Póvoa há vários anos. Vizinhos recordam a mulher como sendo uma boa pessoa e sem histórico aparente de problemas.
Uma pessoa dedicada à família e ao trabalho, amiga e simpática, sempre com um sorriso no rosto. É desta forma que vários moradores da Póvoa de Santa Iria recordam Cacilda Gomes, a agente principal da Polícia de Segurança Pública (PSP) que, aos 53 anos, foi encontrada morta em casa, vítima de ferimentos de bala, junto da sua arma de serviço.
O desfecho apanhou a vizinhança de surpresa, já que, aos olhos da comunidade, Cacilda era uma pessoa “de bem com a vida”, que apesar de não ser natural da Póvoa – era natural do distrito de Bragança – sempre foi bem recebida na cidade que escolheu para viver. Trabalhava em Lisboa na central de comunicações do Comando Metropolitano de Lisboa. O alerta foi dado na quinta-feira, 21 de Setembro, perto das 19h00, e o caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
Fonte policial explica a O MIRANTE que a agente não estava de baixa e encontrava-se a trabalhar normalmente. “Era uma pessoa que trabalhava fora e por isso o convívio que tinha com ela era sempre ou de manhã ou à noite, de passagem, mas sempre em todas as ocasiões era uma senhora muito simpática e com um grande sorriso, é muito dramático”, lamenta Fernanda Sousa, vizinha da vítima.
No prédio onde Cacilda vivia com os dois filho há vizinhos que garantem ter ouvido um disparo. “Ouvimos um som alto, parecia um balão a rebentar mas nem associámos que fosse um tiro ou outra coisa qualquer. Mas ouviu-se bem. É uma tristeza mas é a vida”, contam outros moradores.
Este é o terceiro caso de agentes da PSP na região que se suspeita que tenham posto termo à vida. Em 2015 o agente principal Paulo Oliveira foi encontrado morto dentro do seu carro em Bemposta, Abrantes. Cinco anos antes, em Julho de 2010, no Cabo de Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira, Sérgio Magalhães, de 54 anos, ligou à mulher a despedir-se antes de acabar com a sua vida usando a arma de serviço.
Associação lamenta e pede mais apoio psicológico
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) já veio lamentar publicamente a morte de Cacilda Gomes e lembrou que é preciso um acompanhamento psicológico mais proactivo aos agentes da PSP. Paulo Rodrigues diz que é preciso melhorar a gestão dos meios de psicologia e psiquiatria da PSP para que haja uma resposta mais eficaz que, neste momento, considera o presidente da ASPP, “está aquém daquilo que se conseguiria”. Paulo Rodrigues lamenta ainda a falta de atenção do governo e das altas estruturas da PSP para este problema.