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Amadores do coleccionismo mostraram os frutos da sua paixão em Alcanena
Filipa Cunha tem 9 anos e gosta de coleccionar histórias

Amadores do coleccionismo mostraram os frutos da sua paixão em Alcanena

Encontro Nacional de Coleccionismo já conta com vinte e uma edições e é uma referência para quem gosta de acumular, cuidar e exibir objectos das mais diversas origens e utilidades.

“O coleccionismo é uma forma de lazer, é um passatempo enriquecedor e agregador”, resume Francisco Simões, do Entroncamento, um dos maiores coleccionadores do distrito de Santarém e presença habitual no Encontro Nacional de Coleccionadores que todos os anos junta em Alcanena dezenas de entusiastas.
Francisco Simões e Dina Tojeira levaram a Alcanena vários objectos que coleccionam, como postais, calendários e outros, mas Francisco diz que as melhores colecções que guarda em casa são as cédulas usadas durante a Primeira Guerra Mundial para substituir as moedas, visto que o metal era raro, e as cartas filatélicas que antecederam o aparecimento dos selos. Francisco conta que tem várias anteriores a 1953, algumas muito emblemáticas, como é o caso de duas cartas filatélicas emitidas por volta de 1830, em Punhete, agora Constância.
As cartas e as cédulas, explica Francisco, são objectos que podem valer vários milhares de euros mas conserva-as pelo prazer de coleccionar, pela cultura e pelo conhecimento que transmitem.
Francisco garante que o maior prazer de coleccionar é poder usufruir dos objectos bem ordenados que contam uma história.
Histórias é o que Filipa Cunha, de nove anos, mais gosta de coleccionar, nas cadernetas e casinhas com bonecos que o pai lhe vai comprando, para poder partilhar com os amigos da escola. Natural de Malhou, concelho de Alcanena, estreante no Encontro Nacional de Coleccionadores, a menina garantiu a O MIRANTE que vai voltar com mais colecções e também para motivar os mais novos para o coleccionismo porque “conviver é muito bom”, diz.

Uma réplica de carro de bombeiros que não tem preço
Fernando Gonçalves, de Pataias (Alcobaça), participa no encontro de coleccionadores, em Alcanena, desde a primeira edição e na sua banca mostrou desde credifones, a postais ilustrados de todo o mundo, calendários e outros artigos que gosta de comprar, trocar e receber de amigos para juntar e cuidar. Fernando diz que “o prazer de coleccionar passa pelas memórias dos objectos, das pessoas que os usaram” e depois mostrar à família, aos amigos e a outros coleccionadores o produto final.
Esta é também a opinião de Joaquim Vieira, natural de Alcanena, mas a residir no concelho de Torres Novas. Joaquim colecciona carros de rali, tem cerca de duzentos, mas o carro mais emblemático da sua colecção é uma réplica do primeiro carro dos Bombeiros Municipais de Alcanena, dos quais o seu pai, Lúcio Vieira, foi bombeiro fundador, tendo oferecido o primeiro carro à corporação. Uma réplica que o filho guarda religiosamente em casa, só o mostrando nos encontros quando solicitado. E, apesar de já ter recebido ofertas de compra pelo carro, diz que não o vende pois o seu valor afectivo é inestimável.
No Encontro Nacional de Coleccionadores, que decorreu no sábado, 4 de Novembro, no Pavilhão Municipal Carlos Calado, em Alcanena, Joaquim optou por não levar a réplica do carro de bombeiros, por já o ter mostrado em encontros anteriores, mas está disponível para o mostrar a quem tiver interesse. Diz que o convívio e a partilha de experiências é o que mais motiva os coleccionadores que participam neste tipo de encontros e sublinha que o coleccionismo é uma tradição e uma forma de cultura. Para o próximo ano pretende voltar para revisitar as colecções dos seus congéneres e trazer objectos que possam despertar a curiosidade dos visitantes.

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