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Clarividente Manuel Serra d’Aire 

Aquilo que eu vaticinei cumpriu-se! As aparições da Chamusca já começaram a produzir fenómenos difíceis de explicar e não tardará muito que comecem as romagens ao campo sagrado onde a Polícia Judiciária Militar deu com o material de guerra roubado dos paióis de Tancos. E, a esse propósito, suspeito que descobriram o material graças a responsos dirigidos a Santo António, como manda a mais elementar e tradicional técnica de investigação lusitana quando se trata de descobrir objectos perdidos ou roubados.
Aliás, o responso a Santo António terá sido tão bem rezado que não só apareceu o material roubado como os ladrões se acharam compelidos a compensar os lesados oferecendo como bónus uma caixa de petardos que não estava no rol dos artigos desaparecidos. Ou seja, o nosso Exército ainda acabou por lucrar com esta novela digna dos saudosos Monty Phyton ou da guerra do Solnado, prova provada que a realidade por vezes consegue tornar-se mais inverosímil do que a ficção.
Agora que está resolvida a questão do material roubado de Tancos, está na hora de virarmos as atenções para outro dos grandes mistérios da região e, quiçá, da humanidade: a origem dos maus cheiros de que a população se queixa em Alcanena. E aqui não há responsos que nos valham. Mas eu já tenho uma teoria. Na semana passada li uma reportagem n’O MIRANTE sobre uma leguminosa muito consumida por aquelas bandas, chamada chícharo, que é da família do grão e do tremoço, e fez-se luz. Será que os maus cheiros não são um dano colateral da ingestão de tal alimento. É que eu sei bem como fico quando enfardo uma boa bacalhoada com grão ou uns pires de tremoços com imperiais nas tardes de canícula. Investiguem lá isso se faz favor!
O programador do Teatro Municipal Sá da Bandeira, em Santarém, considera que o presidente da câmara, Ricardo Gonçalves (PSD), é politicamente medíocre e fez questão de o dizer publicamente na campanha eleitoral na sua página no Facebook, onde ainda dispensou mais alguns mimos ao autarca que lidera a sua entidade patronal. Descodificando, o jovem Pedro Barreiro fez campanha pelo PS defendendo o afastamento do seu actual patrão da gestão camarária, manifestando apoio declarado ao seu pai Rui Barreiro, candidato do PS que viria a ser derrotado.
Caso para dizer que um mal nunca vem só: pois não só continuou a ter o mesmo patrão como viu o seu candidato preferido e progenitor ser mais uma vez vencido nas urnas, o que já começa a ser um clássico por terras escalabitanas. Só não percebo como é que uma pessoa culturalmente evoluída, civicamente activa e certamente inconformada, como é apanágio dos artistas, persiste em continuar a ser tutelado por alguém que considera assim para o fraquinho e ainda fica abespinhado ao saber que a sua avença com a autarquia não vai ser renovada. Aliás, o que surpreende é que não tenha sido o jovem programador a tomar a iniciativa de desfazer a relação, perante a perspectiva de continuar a ter como patrão alguém que tão pouco preza.
Saudações teatrais do
Serafim das Neves

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