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Há quem fuja das redes sociais na internet como o diabo da cruz
Rita Nunes e João Miguel Pereira não são adeptos de redes sociais

Há quem fuja das redes sociais na internet como o diabo da cruz

O caso de três pessoas da geração tecnológica que preferem a vida real à virtual

João Miguel Pereira e Rita Nunes estão na geração das novas tecnologias mas têm alergia às redes sociais. O casal de namorados não precisa de Facebook para comunicar e muito menos para postar imagens das férias ou do seu dia-a-dia nem se interessa pela vida dos outros exposta na internet. João, de 33 anos, e Rita, de 38, naturais de Almeirim, fazem as coisas à moda antiga e até usam o bilhetinho de outros tempos para deixarem recados um ao outro.
Nem João nem Rita se sentiram, alguma vez sequer, tentados a fazerem o registo de uma página no Facebook. João, incentivado por alguns amigos, ainda se registou no Instagram, mais vocacionado para a partilha de fotos e vídeos, mas foi amor de “pouca dura”. Em dois meses percebeu que esta rede social também não era útil na sua vida e no dia-a-dia. “Não preciso destas ferramentas informáticas para comunicar. Se preciso de falar com alguém telefono”, sublinha o construtor civil, acrescentando que ter perfil no Facebook lhe retira a privacidade que gosta de preservar.
Rita Nunes levanta outras questões, relacionadas com segurança. “Estamos a criar um perfil nas redes sociais que fica no histórico da internet e nunca sabemos que utilização podem ter porque há coisas que não controlamos”, refere. Para a auxiliar de educação uma pessoa poderia usar o seu perfil, um pirata informático podia entrar na sua conta e roubar-lhe a identificação, “sabe-se lá com que fins”.

“A verdade está no olhar”
Há quem dê mais valor aos contactos cara-a-cara, a conhecer pessoas no mundo real em vez do mundo virtual, onde às vezes não se sabe bem quem está do outro lado. É o caso de Inês Sá Nogueira, 33 anos, natural de Santarém a residir em Lisboa, onde é empresária. Já chegou a ter um perfil no Facebook mas por pouco tempo, até concluir que a rede social não lhe acrescentava nada de bom à vida. “Acredito no acaso. Acredito que as pessoas se devem cruzar na vida real porque o tempo livre é precioso demais para ser usado com uma rede social”.
Inês, para quem “a verdade está no olhar”, conta que já por várias vezes a tentaram convencer a voltar a utilizar as redes sociais, argumentando que é a melhor forma de estar a par dos eventos e das informações culturais mas a empresária não se deixou convencer. Acredita que estas ferramentas apenas tornam as pessoas “preguiçosas, individualistas, murchas e anti-sociais”, realçando que acabam por roubar muito tempo, que deveria ser dedicado à família e aos amigos.
Do pouco tempo que usou o Facebook, concluiu que as pessoas são muito influenciadas por aquilo que vêm e lêem nas redes sociais e que “na maioria dos casos a influência é duvidosa”. No seu entender muitas vezes as pessoas expõem situações que não correspondem à realidade. “A pior influência que o Facebook tem é levar as pessoas a ocuparem-se com a vida do próximo deixando a sua própria vida de lado”.
Segundo a Marktest, numa análise feita no início deste ano, o Facebook teve um “crescimento de 49 por cento nos últimos cinco anos em Portugal”. Actualmente esta rede social tem 4,6 milhões de utilizadores no nosso país, sendo a mais relevante no território nacional. Ainda segundo os dados da empresa de estudos de mercado e processamento de informação, “um em cada cinco utilizadores de redes sociais refere ter abandonado uma rede nos últimos 12 meses”. Mas, sublinha o estudo, “também é verdade que este número apresenta uma tendência para baixar, sendo hoje quase metade do observado em 2011. A falta de interesse é o motivo mais apontado para este abandono”.

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