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Menina de dois anos recupera de leucemia sete meses após transplante
esperança. Maria e os pais acreditam na remissão total da doença

Menina de dois anos recupera de leucemia sete meses após transplante

Maria teve a sorte de encontrar um dador compatível e a família volta à conquista da felicidade

Sete meses após ter feito o transplante de medula óssea, a pequena Maria é uma criança feliz, cheia de energia e de vida, apesar de continuar a visitar o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, todas as semanas, para tratamentos de rotina. O Natal deste ano já foi passado na casa dos pais em Santarém, na companhia dos avós. No ano passado a menina de dois anos passou a época natalícia internada, a fazer exames para se tentar descobrir que doença tinha. O diagnóstico surgiu pouco tempo depois: leucemia mielomonocítica juvenil, uma rara variante da leucemia. Maria completou dois anos no dia 18 de Dezembro e os pais acreditam que o pior já passou.
“Os médicos dizem-nos que os tratamentos têm que continuar, no mínimo até um ano após o transplante. Depois depende da evolução. Os valores das últimas análises que a Maria fez estão bons e mostravam que estava em remissão completa, ou seja, não há sinal de doença. As coisas estão a evoluir bem e agora temos que dar tempo ao tempo. Acredito que a Maria vai ser uma criança e uma mulher saudável”, garante a mãe, Rita Mota. Neste momento os contactos com pessoas são restringidos aos familiares mais próximos e com alguns cuidados, para diminuir o risco de infecções.
O país mobilizou-se para ajudar esta família em campanhas de registo de dadores de medula óssea. “Muitas pessoas tornaram-se dadoras de medula graças à Maria. Não estávamos à espera de tão grande mobilização por todo o país. Pessoas que não nos conheciam e organizaram campanhas para nos ajudar e isso deixou-nos de coração cheio”, realça Rita Mota, agradecendo todo o apoio de todas as pessoas. A mãe da criança considera que o dador da Maria, que não é conhecido, nem neste nem em todos os casos, deve ter sido de outra campanha solidária anterior. “É esta espécie de favores em cadeia, sem receber nada em troca”, afirma Rita Mota.
Por questões de confidencialidade Maria nunca saberá quem é que ajudou a salvar a sua vida mas a família está-lhe toda muito grata. Mas a mãe da menina garante que Maria um dia vai escrever uma carta ao seu dador anónimo a agradecer o gesto nobre. O Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea (CEDACE) fará a ponte para entregar a carta e a confidencialidade mantém-se.
O transplante foi feito no dia 30 de Maio. Seguiu-se um mês de internamento e visitas regulares ao IPO que ainda continuam. Os pais conseguiram ficar ambos em casa a cuidar da filha durante alguns meses. Agora já começam a retomar as rotinas do dia-a-dia. Um a dois dias por semana têm que ir ao IPO e nos restantes dias Maria fica aos cuidados da avó. Os pais, Rita Mota e Miguel Rosa, têm esperança no futuro e confessam que a doença da filha mudou tudo nas suas vidas. Até na maneira como encaram a vida. “Aproveitamos todos os momentos”, confessam.
Hoje os pais de Maria dão mais valor a pequenas coisas, que muitas das pessoas não ligam porque as dão como certas, e que por vezes Rita e Miguel não podem fazer porque a doença da Maria implica algumas condicionantes. “Acreditamos que o pior já passou e que vai correr tudo bem. A Maria é uma estrelinha que vai brilhar muito ao longo da sua vida”, afirma Rita Mota.

Menina de dois anos recupera de leucemia sete meses após transplante

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