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Touradas e garraiadas em Alverca geram discussão nas redes sociais
DECISÃO. Carlos Gonçalves diz que respeita as tradições taurinas mas que a junta não as irá promover foto O MIRANTE

Touradas e garraiadas em Alverca geram discussão nas redes sociais

Maioria dos comentários nas redes sociais é de concordância com a decisão do novo presidente. Notícia de O MIRANTE gerou um amplo debate sobre as questões da tauromaquia nas redes sociais com opiniões para todos os gostos.

A decisão do novo executivo da Junta de Alverca, de não promover garraiadas nas festas da cidade, noticiada por O MIRANTE na última semana, deu origem a um debate vasto sobre a tauromaquia nas redes sociais, com bastantes leitores e moradores a darem a sua opinião.
Na notícia partilhada na página de
O MIRANTE no Facebook, que teve mais de meia centena de comentários, as primeiras reacções à medida começaram a ser visíveis logo ao fim de poucos minutos. José Moucho foi o primeiro leitor a comentar a decisão, considerando que a culpa reside no facto da maior parte dos alverquenses “ser de fora” e da tradição tauromáquica “não lhes vir do berço”. Lia Melo, de Vila Franca de Xira, escreve que apesar de ser daquele concelho abomina touradas e “tudo o que implique fazer mal a animais ou pessoas”. Também Susana Estriga dá os parabéns ao executivo da Junta de Alverca: “Que venham mais autarcas com a mesma coragem e respeito pelos animais. Os interesses económicos e o gosto por ver os animais serem torturados tem de acabar”, defende.
O debate gerado pela notícia de
O MIRANTE em torno da tauromaquia foi também aproveitado por alguns moradores para falar das festas da cidade de Alverca onde as garraiadas se integravam. “Acabem mas é com a palhaçada em que se tornou a festa, sem interesse e cheia de artistas de segunda. Que voltem as festas por toda a cidade, no lar de São Pedro, Igreja, Filarmónica, entre outras. De certeza que o povo aprovará”, defende Tiago Palma. Já Gabriel Soprano escreve: “Alverca começa a ser gerida por pessoas do século XXI e não por gajos ignorantes que pararam na idade média”, ironiza.
Também o leitor Pedro Rosado participou na discussão, notando que o recinto está sempre cheio, significando que há ainda quem goste das garraiadas. “Muito bem. Eu sou um aficionado de corridas de touros e não de palhaçadas para bêbados”, escreve Francisco Freilão. Outro leitor de O MIRANTE, Sérgio Pereira, escreve que “há tantos anos que houve garraiadas em Alverca e ninguém se queixou”, pelo que agora vir alguém acabar com elas não é certo. “Se pensasses em meter os teus empregados a varrer melhor, eras um excelente autarca”, opina.

Debates com direito a sondagem
Noutros locais da rede social Facebook a notícia não passou despercebida aos moradores e leitores. Houve até moradores que pediram que a medida fosse implementada em freguesias vizinhas de Alverca, como a Póvoa de Santa Iria, onde também são organizadas garraiadas durante as festas. Num dos grupos mais representativos dos moradores de Alverca naquela rede social, o “Alverca - Praça Virtual”, que tem mais de 5.400 membros, o tema foi também discutido e uma sondagem ali avançada – entretanto apagada – revelava que a quase totalidade dos votantes concordava com a decisão da junta. No grupo “Póvoa de Santa Iria”, que tem 7.900 membros, uma sondagem semelhante mostrava que, à data de fecho desta edição, 165 pessoas concordavam com a medida, enquanto 94 discordavam.
“Em nome pessoal, e como residente nesta união de freguesias, agradeço a posição de neutralidade assumida pelo executivo da Junta de Alverca. Não apoiar espectáculos que promovam qualquer tipo de violência, sobretudo com fundos públicos, não é uma questão ideológica, é uma decisão ética”, escreveu Adélia Gominho, eleita do Partido Pessoas, Animais e Natureza na Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira e moradora no Sobralinho. Outro residente, Mário Sá Pereira, defendeu que os eventos taurinos devem ter uma herança cultural que os justifique.

Se não gosta fique em casa
No grupo “CidadaniXira”, de Vila Franca de Xira, o assunto foi também debatido. Mário Carvalho ironizou escrevendo que assim vai sendo hora de Alverca tirar a palavra Ribatejo do seu nome, porque as touradas, no seu entender, fazem parte da tradição ribatejana. E “quem não gostar” que “fique em casa”. Opinião semelhante tem Paulo Leitão: “Se não gosta não estrague mas o Ribatejo tem festas com gado bravo”, notou. Também o professor, sociólogo e defensor da tauromaquia, Luís Capucha, veio lamentar a decisão de Alverca. “Primeiro deixou de ser uma aldeia habitada por assalariados rurais para se tornar num grande pólo industrial onde residiam empresas de referência em Portugal. Depois veio o betão e depois do betão os serviços sem qualidade e a cidade dormitório. Ao ponto de agora o seu presidente dizer que não quer lá nada de toiros ou touradas. Pobre Alverca que perdeste a alma”, lamentou.
No grupo “Póvoa de Santa Iria” mais de 400 comentários mostram como o tema dá que falar. “Usar animais como entretenimento é estúpido, desumano, cruel e tem de ser parado urgentemente”, escreve Daniel Capitão. Já outro morador, Paulo António, nota que “quando se começa a renegar as tradições e a cultura de um povo é sinal que algo está errado”, porque “quer se goste ou não” a tauromaquia “faz parte da nossa cultura”.

Touradas e garraiadas em Alverca geram discussão nas redes sociais

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