IKI Mobile em Coruche é a primeira fábrica de telemóveis portuguesa
Incorporação da cortiça valoriza um produto nacional de excelência. Presidente da câmara, Francisco Oliveira (PS) destacou a criação de emprego e reafirmou a vontade do executivo municipal em garantir as condições necessárias à instalação de novas empresas.
Teve lugar na passada terça-feira, na zona industrial de Monte da Barca, em Coruche, a inauguração da unidade de produção da IKI Mobile, a primeira fábrica de telemóveis portuguesa.
Presente na cerimónia, o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, sublinhou o carácter diferenciador da IKI Mobile, que nasceu com uma marca e um produto, e que soube inovar, indo buscar inspiração à tradição, valorizando a cortiça, um material nobre que, além de propriedades térmicas relevantes, reduz os níveis de stress.
“O telemóvel que causa menos stress só podia ser português, só podia ser de Coruche” afirmou perante uma plateia concordante. O Ministro concluiu a sua intervenção afirmando que é de projectos como este, do sucesso das empresas e das autarquias, que depende o sucesso do país.
Caldeira Cabral afirmou que o Governo tem procurado simplificar a vida das empresas, nomeadamente facilitando os processos de licenciamento para que os investimentos se façam mais rapidamente, contribuindo para a redução dos números do desemprego e dando “mais futuro e mais esperança aos jovens”.
O presidente executivo (CEO) da empresa, Tito Cardoso, recebeu os convidados no exterior, assinalando a importância da imagem do próprio edifício para a definição e afirmação da marca. Com 1900m2, que correspondem a um investimento de 1,6 milhões de euros, a nova unidade fabril emprega, para já, 36 pessoas mas visa, até ao final do ano, totalizar 100 postos de trabalho directos e 200 indirectos.
A cerimónia iniciou-se com uma visita guiada às instalações de produção, a que se seguiu um momento artístico, que precedeu os discursos oficiais. Perante uma plateia recheada de empresários, jornalistas e parceiros, e de membros dos executivos municipais de Coruche e da Golegã, Tito Cardoso tomou a palavra para falar da concretização do sonho da sua equipa, que descreveu como “criativa, dinâmica, empreendedora e coesa mas sobretudo empenhada num projecto único”. A marca quer estar no mundo mas a partir do centro da Europa, colocando, assim, Portugal no centro do mundo.
Tito Cardoso realçou o facto de a marca, lançada em Novembro de 2015, ter conseguido antecipar a produção em Portugal de 2019, como inicialmente previsto, para o início de 2018, permitindo que os primeiros telemóveis produzidos possam ser apresentados, no final do mês, no Mobile World Congress, em Barcelona (Espanha), como a “primeira marca europeia com equipamentos ‘made in’ Portugal”.
“Lançaremos o primeiro ‘smartphone’ produzido em Portugal, que, como não podia deixar de ser, conta com a cortiça como seu elemento inovador”, disse.
As instalações da IKI Mobile em Coruche produzirão, inicialmente, entre 34 e 36 mil unidades por mês mas têm capacidade para chegar às 100.000, constituindo uma alternativa ao domínio actual do mercado asiático. A introdução da cortiça, um material nobre e português, com propriedades únicas, comercializada e promovida, alia-se a outras características diferenciadoras, como a criatividade e a qualidade.
A fábrica de Coruche vai produzir telemóveis para a Europa, África, América do Norte e alguns países da América do Sul, como por exemplo o México. O mercado árabe também será destino dos produtos ali produzidos.
Na unidade de Coruche serão produzidas as ‘carcaças’ dos telemóveis, será feita a prova de resistência do produto e a assemblagem (montagem), bem como o desenvolvimento do ‘software’ do dispositivo.
O presidente da Câmara Municipal de Coruche salientou, justamente, a importância de aliar tecnologia e natureza, valorizando um símbolo nacional, como a cortiça, de que Coruche é a capital mundial, uma vez que detém a maior área existente de montado. Destacou, ainda, a relevância da criação de empresas e de emprego no concelho, afirmando a vontade e a capacidade do executivo camarário para garantir as condições necessárias à instalação de novos projectos.