Comerciantes de Almeirim tratados abaixo de cão pela Águas do Ribatejo
Cinco dirigentes da MovAlmeirim estiveram hora e meia à espera para reunião que pediam há dois anos na Águas do Ribatejo e ainda não foi desta que conseguiram. A associação comercial e empresarial de Almeirim anda há dois anos a tentar diálogar com a empresa para negociar tarifas mais justas na factura da água. Depois de conseguirem a reunião foram literalmente insultados.
A Associação Comercial e Empresarial do Concelho de Almeirim – MovAlmeirim andou dois anos para conseguir uma reunião com os responsáveis da Águas do Ribatejo e quando esta foi marcada fizeram os dirigentes esperar mais de uma hora e meia. Resultado: os representantes dos comerciantes abandonaram a sede da empresa intermunicipal de capitais unicamente públicos por não terem sido tratados com a mínima dignidade. Até porque, refere a presidente da MovAlmeirim, Helena Fidalgo, ninguém lhe deu qualquer explicação sobre as razões de tal espera, criticando a actuação do director geral da Águas do Ribatejo, Moura de Campos.
Questionado por O MIRANTE, Moura de Campos limita-se a dizer que a reunião estava agendada com o conselho de administração da empresa, “não tendo sido possível a mesma realizar-se devido ao facto de a reunião do conselho se ter prolongado para além do período habitual”. Helena Fidalgo diz que foram desrespeitados 150 comerciantes e empresários que são representados pela MovAlmeirim, que há muito tentam uma solução para as tarifas de água e taxas associadas que sejam mais favoráveis.
A reunião foi marcada para quinta-feira, dia 8 de Fevereiro, às 16h00. Os dirigentes da associação compareceram a essa hora e, segundo Helena Fidalgo, apenas lhes disseram à entrada que esta estava um pouco atrasada. A partir daí não houve mais explicações. Eram 17h35 quando entraram os representantes de um banco, que foram logo atendidos. Cansados de serem tratados com indiferença, os cinco elementos da associação que se deslocaram a Salvaterra de Magos abandonaram o local. O director geral da empresa já veio dizer, em declarações a O MIRANTE, que será proposta uma nova data para a reunião.
Helena Fidalgo refere que a associação “anda há dois anos a tentar dialogar com a Águas do Ribatejo”. Os primeiros pedidos para serem recebidos não obtiveram resposta. Numa carta mais recente, o director da empresa convocou a reunião mas mandou a carta para a morada dos serviços da Águas do Ribatejo em Almeirim, em vez de ter ido para a morada da MovAlmeirim que estava indicada. Por sorte a funcionária do balcão da empresa em Almeirim avisou a presidente da associação.
A MovAlmeirim quer sensibilizar a empresa de modo a negociar “tarifas mais justas”, já que há comerciantes e empresários, sobretudo em escritórios, que não chegam a gastar de água metade do máximo do primeiro escalão. “A maioria gasta um metro cúbico de água e paga cerca de 20 euros de factura”, refere Helena Fidalgo, dando um exemplo: “Há uma senhora que tem o escritório fechado e paga 200 euros por ano sem gastar água”. A dirigente da associação refere que o que pretende é que as taxas sejam ajustadas à realidade. Helena Fidalgo conta que já há comerciantes a pedirem a retirada dos contadores e preferem levar garrafões de água de casa para as necessidades básicas.