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Paixão e dedicação pelo que se faz e apoio total de familiares e colaboradores
Juiz Carlos Alexandre recebeu o prémio Personalidade do Ano das mãos de José Eduardo Carvalho e Joaquim Emídio

Paixão e dedicação pelo que se faz e apoio total de familiares e colaboradores

Reconhecer a excelência do trabalho feito e os efeitos positivos na sociedade. A cerimónia de entrega dos Prémios Personalidade do Ano de O MIRANTE realizou-se na tarde de quinta-feira, 1 de Março, no Teatro Virgínia em Torres Novas e contou com centenas de convidados dos vinte e três concelhos da área de abrangência do jornal.

Foi num tom intimista e descontraído que o juiz Carlos Alexandre discursou na hora de receber o prémio de Personalidade do Ano de O MIRANTE cuja cerimónia se realizou na tarde de quinta-feira, 1 de Março, no Teatro Virgínia em Torres Novas.
“Sou um produto da comunidade onde nasci e quero voltar para o meu concelho [Mação] e lutar por ele”, afirmou. O juiz por quem têm passado os mais mediáticos processos, recordou a entrevista televisiva que deu há dois anos para justificar alguma contenção. “Atrevi-me a falar mais ou menos em público e sofri várias vicissitudes”, confessou, acrescentando que algo que disse foi mal interpretado.
Disse que mantém uma dedicação quase exclusiva ao trabalho que lhe é permitida pela sua família. “Já me tinham dito que a premissa deste trabalho é ter nervos de aço, algodão nos ouvidos e sangue de lagarto. “Sangue de lagarto já tenho”, disse, numa alusão a um seu avô ser do Sardoal, terra que tem como ex-libris um lagarto. “Quanto ao resto é testado diariamente”. acrescentou. Nos agradecimentos fez questão de sublinhar que continua a ter a chave na porta da rua. “Até hoje nunca tive problema nenhum e tenho confiança profunda na comunidade”, notou.
Rui Bento Vasques, director de actividades tauromáquicas do Campo Pequeno, entidade que recebeu o prémio Tauromaquia, brincou com Carlos Alexandre no seu discurso dizendo que se este fosse para toureiro teria sido, muito provavelmente, “uma grande figura” e um homem “valente”. O responsável, que dedicou o prémio a todos os que diariamente se esforçam para promover o Campo Pequeno “com dedicação e competência”, salientou a importância da distinção de O MIRANTE, que felicitou “pelo prestígio que tem sabido conquistar no seio da imprensa portuguesa” bem como o seu “incondicional apoio à tauromaquia”. E lançou o palco para outro premiado da tarde, Júlio Isidro, a quem “culpou” por ter apanhado o “bichinho” da tauromaquia. “Foi na tarde de um Domingo de Páscoa a ver o Passeio dos Alegres, em que mandou a reportagem para o Campo Pequeno. Foi a primeira vez que assisti a uma corrida de toiros e ganhei nesse dia o bichinho”, lembrou.

Rui Bento Vasques e Paulo Pereira receberam o prémio Tauromaquia que lhes foi entregue por José Veiga Maltez e José Trincão Marques
Júlio Isidro recebeu o prémio das mãos de Francisco Pedro Balsemão e Joaquim Emídio

A união faz a força
Na hora de receber o prémio de Personalidade do Ano Nacional, Júlio Isidro não deixou de notar o facto de receber a distinção das mãos de Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, grupo dono da SIC e do Expresso. “Aconteceu aqui uma coisa extraordinária, o facto de um velho apresentador e produtor de televisão da RTP receber o prémio de um novo CEO da SIC. Tantas vezes vejo apresentadores e artistas, quando se referem a outra estação de televisão, a não dizerem o nome dela. Não custa nada. Quando nos unimos ganhamos todos”, afirmou o apresentador. No dia 16 de Janeiro Júlio Isidro completou 58 anos de carreira. “Tenho menos anos de idade do que carreira, nesta fase da minha vida quando faço anos o preço do bolo é muito inferior ao preço das velas”, brincou.
O apresentador lembrou que é um “cartaxense de adopção” e confessou que aos fins-de-semana e nas férias gosta de vestir o fato de macaco para “ir ao Miguelito comprar pão, comer uma sanduíche de fiambre e ficar tranquilamente a ler O MIRANTE”.
Outro dos premiados da noite foi a Sociedade Banda Republicana Marcial Nabantina, de Tomar. Filipa Fernandes, presidente da direcção tomou o palco para revelar o seu “orgulho” numa colectividade que já conta com 143 anos ao serviço da comunidade. “Este prémio tem de ser partilhado por todos os que ao longo da história têm feito com que a colectividade mantenha esta vivacidade. Os dirigentes sabem quão dificil é trabalhar e assumir estas responsabilidades e assumir funções nestas colectividades. Sinto-me orgulhosa de continuar a fazer parte da história da Nabantina. É uma colectividade que merece o respeito e a honra que hoje nos é atribuída”, afirmou. Ainda na cultura, a Orquestra Típica Scalabitana foi também distinguída. Os dirigentes notaram que a aposta é continuar a promover Santarém e o Ribatejo, não apenas em Portugal como também no estrangeiro. A dedicatória foi para o maestro e todas as pessoas que, durante as últimas décadas, deram do seu tempo para permitir o crescimento da colectividade. Manuel Coelho e Luís Rodrigues usaram da palavra para lembrarem o passado e o presente da orquestra e o quanto se orgulham por pertencerem ao colectivo.

Filipa Fernandes, presidente da Nabantina, recebeu o prémio das mãos de Pedro Barroso e Miguel Borges
Ricardo Gonçalves e Pedro Ribeiro entregaram o Prémio à Orquestra Típica Scalabitana

O fosso entre o litoral e o interior não tem sido eliminado
O galardão de Política Masculino foi para Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, concelho que “tanto sofreu” com os incêndios do Verão passado. “Foram dois meses trágicos. Sentia-se o sofrimento das pessoas, o que todos perdemos. Tentei cumprir a minha missão de forma a estar tranquilo com a minha consciência”, afirmou o autarca, que dedicou o prémio à família, aos vereadores do executivo, trabalhadores da câmara, bombeiros, Guarda Nacional Republicana e serviços de saúde. “Somos um concelho com necessidades próprias, que sofre graves problemas de interioridade e despovoamento que tentamos inverter. Para que as tragédias que afectaram Mação não voltem a surgir e as pessoas não sofram mais que o normal, que é lutarem contra as contrariedades de não terem as mesmas oportunidades que os outros lugares. Há um fosso entre litoral e interior que não tem sido eliminado”, lamentou.
O prémio Vida foi entregue a Diamantino Duarte, administrador delegado da Resitejo. “Não fiz nada na vida que não tivesse sido a minha obrigação. Tive a sorte de estar no sítio certo à hora certa e ter a companhia de muitas pessoas importantes na minha vida. Deste prémio só uma pequena parte é que é meu. Vivemos numa sociedade em que cada vez mais o «eu» está presente e precisamos de começar a ter mais o «nós»”, defendeu. Diamantino Duarte lembrou as lições do seu primeiro patrão, que o ajudaram a crescer e a encarar a vida de outra forma. E agradeceu e dedicou o prémio aos bombeiros e colaboradores da Resitejo, do porteiro aos presidentes de câmara, que sempre o têm acompanhado neste projecto.

Vasco Estrela, prémio Política (M), recebeu o prémio das mãos de João Palmeiro e Carlos Coutinho. Subiram também ao palco todos os premiados desta área presentes na cerimónia
Diamantino Duarte, prémio Vida, recebeu a distinção das mãos de Santana-Maia Leonardo e António Cruz Costa

Desporto sólido e com saúde
O Alhandra Sporting Club foi o único distinguido, este ano, do concelho de Vila Franca de Xira e por isso Rui Macieira, presidente do clube, admitiu que a distinção “vem engrandecer o clube mas aumentar o nosso compromisso e cobrar-nos mais responsabilidades”. O dirigente agradeceu a “consideração, cortesia, atitude e reconhecimento” de O MIRANTE e garantiu que o Alhandra é hoje um clube respeitado na freguesia, concelho e país “graças ao trabalho desenvolvido por todas as direcções e equipas técnicas”, vincou.
E até João António, do União Desportiva e Recreativa da Zona Alta, de Torres Novas, outro dos premiados na categoria de Desporto, confessou “já ter passado pelo Alhandra quando era um jovem atleta” e vivia no Sobralinho, no concelho vilafranquense. “Queremos partilhar este prémio com todos os dirigentes, atletas, treinadores e associados que ao longo destes quase 40 anos de actividade trabalharam em prol do Zona Alta”, elogiou.

Rui Macieira, presidente do Alhandra, depois de receber o prémio que lhe foi entregue por Francisco Jerónimo e Orlando Ferreira
João António, presidente da direcção da Zona Alta, agradeceu o prémio que lhe foi entregue por Pedro Ferreira e Isaura Morais

No Associativismo o responsável da Adega Cooperativa do Cartaxo dedicou o prémio a todos os associados, “pela compreensão que têm tido e pela entrega que todos nos têm dado”, afirmou Jorge Antunes, que agradeceu um prémio que disse ser “realmente bom”. Outro dos prémios da noite, dedicado à Cidadania, foi entregue a Joaquim Guardado, director do Centro João Paulo II e administrador da Unidade de Cuidados Continuados Bento XVI, em Fátima. “Quero partilhar este prémio com os 192 utentes do centro, do qual sou tutor de mais de uma centena. Sou a família deles e são pessoas extraordinárias, são diferentes mas não são inferiores. Sou uma pequena peça de uma grande engrenagem. Temos 180 funcionários e a instituição é dirigida por gente capaz e competente que dá o melhor de si”, disse. O dirigente lançou também um desafio a todos os interessados: “A casa está aberta e podem visitá-la. Garanto-vos que sairão com uma visão diferente da que entraram. A vida tem mais valor do que pensamos”, concluiu.

Joaquim Guardado recebeu o prémio das mãos de Francisco Oliveira e Ramiro Matos
Pedro Ribeiro e Hélder Esménio entregaram o prémio Personalidade do Ano Associativismo ao presidente da Adega Cooperativa do Cartaxo

Falta um sistema de avaliação de desempenho na Função Pública

Teresa Ferreira, administradora executiva da Águas de Santarém, foi distinguida com o prémio de Política Feminino. “Sou filiada num partido político (PSD) desde muito nova porque acredito que em democracia devem existir partidos políticos. Tenho tentado demonstrar que é possível aplicar na gestão pública os princípios básicos da gestão: estratégia, planeamento, rigor, monitorização, melhoria contínua e motivação. É possível e é importante fazê-lo”, sublinhou.
No entanto há algo que, segundo ela, impede uma melhoria a esse nível numa empresa municipal como é a Águas de Santarém. “Só lamento que na gestão pública não seja possível implementar um verdadeiro sistema de avaliação de desempenho e sobretudo o sistema de remunerações variável em função do mérito e da prestação individual de cada um. Se isso fosse possível a qualidade do serviço público teria muito a melhorar”, afirmou. Teresa Ferreira partilhou o prémio com familiares e colaboradores.

Teresa Ferreira, Prémio Política (F), com Ana Maria Lima e Anabela Freitas, que entregaram o prémio, e Isaura Morais e Carina Oliveira que foram premiadas em anos anteriores

Um homem de causas

Joaquim Esperancinha foi homenageado a título póstumo e o filho, Carlos, recordou um homem empenhado, dedicado e inteligente, que conseguiu construir uma carreira de sucesso mesmo tendo vindo de uma família humilde. “Era uma pessoa discreta mas de personalidade forte que ao longo da sua vida foi conquistando o reconhecimento e a admiração de quem com ele foi privando. Procurou os consensos e privilegiou os diálogos. Excelente pai, atento, próximo e afectuoso. Transmitiu-nos os valores éticos e morais e deixa-nos uma rica herança que foi e será a luz que nos iluminará ao longo das nossas vidas”, afirmou. Naquele que foi um dos momentos mais sentidos da noite o filho de Joaquim Esperancinha lembrou como este lutou com coragem contra a doença até ao último dia. “Nunca baixou os braços e nunca se entregou, lutou até ao fim. Este prémio serve para perpetuar a memória de alguém que a todos marcou, que não esqueceremos e que para sempre nos inspirou”, concluiu.

Carlos e Pedro Esperancinha, filhos de Joaquim Esperancinha, com o director geral de O MIRANTE Joaquim Emídio
Paixão e dedicação pelo que se faz e apoio total de familiares e colaboradores

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