Barco varino de Azambuja foi abandonado e não volta a navegar
Custo da recuperação era elevado e o município decidiu não investir
O concelho de Azambuja ficou definitivamente sem um dos seus símbolos, o barco varino “Vala Real”, que foi deixado a apodrecer nos últimos seis anos num estaleiro da Moita e não voltará a navegar. Uma situação oposta à que acontece, por exemplo, em Vila Franca de Xira, onde o barco varino “Liberdade” é um sucesso turístico e uma imagem de marca do concelho.
Em Azambuja, município endividado e que esteve abrangido pelo Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), foi entendido que saía mais cara a recuperação do barco do que adquirir um novo. E por isso o assunto foi sendo deixado em banho-maria até hoje. A Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo está disponível para ajudar a encontrar uma solução, dado o valor turístico do barco, mas o autarca diz que provavelmente esse apoio não será necessário porque a câmara já candidatou a fundos comunitários a compra de um outro barco, situação que está ainda a ser avaliada.
O “Vala Real” era um dos ex-líbris do concelho da Azambuja mas, tal como todos os outros barcos varinos, precisava de navegar em água salgada pelo menos uma vez por ano, mas essa navegação foi descurada e a madeira rapidamente apodreceu. No Verão de 2012 o barco foi levado para um estaleiro em Sarilhos Pequenos, freguesia do concelho da Moita, onde tem estado em doca seca à espera que a câmara se decida quanto ao seu futuro.
O “Vala Real”, recorde-se, foi adquirido pela câmara em 1997 por um valor a rondar os 40 mil euros. A Rota dos Mouchões, da qual o barco era o elemento fundamental, foi uma das principais apostas turísticas do município de Azambuja e aquela que teve maior sucesso nacional e internacional, ainda sob a gestão de Joaquim Ramos.
A rota iniciou-se em 2003 e promovia o património natural e as tradições culturais do concelho, navegando no Tejo e visitando os diferentes mouchões. O “Vala Real” funcionava entre os meses de Abril e Outubro e tinha capacidade para 22 lugares. Atracava no Porto da Palha, na aldeia avieira do Lezirão. Em 2010 o barco já tinha transportado 6.500 pessoas mas a adesão começou a ser menos significativa com o passar do tempo.