Obras na Estrada da Palhavã nas mãos do Tribunal de Contas
Moradores servidos por essa via exigem que a Câmara de Tomar avance com as obras há muito reclamadas. Empreitada foi adjudicada em Dezembro último mas os trabalhos ainda não começaram porque precisam de visto prévio.
As há muito reclamadas obras de requalificação da Estrada da Palhavã, em Tomar, estão a aguardar o imprescindível visto do Tribunal de Contas, informou o vice-presidente do município, Hugo Cristóvão (PS), na sua página na rede social Facebook. “Eu sei que é difícil explicar e, depois de décadas à espera, que os moradores de Palhavã acreditem nas explicações, mas o município nada pode fazer enquanto não chegar o visto do Tribunal de Contas”, diz o autarca.
A empreitada foi adjudicada pela Câmara de Tomar, em Dezembro último, à empresa Contec, com um valor previsto de 629.640,01 euros. Um montante que obriga a visto prévio do Tribunal de Contas. “O difícil, e que faltou nos últimos 40 anos, está feito: articulação com as várias entidades, com os moradores e alguns constrangimentos causados com muitos disparates que foram permitidos construir na rua. Projecto de execução feito e aprovado, concurso público, adjudicação à empresa. Enfim, a enorme malha burocrática e a complexidade do projecto”, escreve Hugo Cristóvão, acrescentando que agora resta aguardar, porque “o poder político não pode pressionar o judicial”, embora acredite que o visto não irá demorar muito mais tempo.
Os moradores da Estrada em Palhavã, que faz a ligação entre o hipermercado Continente e o cemitério de Marmelais, em Tomar, é que não se conformam e querem que o município proíba a circulação ao trânsito nesse local enquanto as obras não avançam, com excepção dos residentes e veículos de emergência. A via encontra-se praticamente intransitável, cheia de buracos e remendos e as reclamações ouvem-se há vários anos.
“Se a presidente da câmara passasse ali todos os dias já teria um belo dum piso novo vermelho e antiderrapante”, refere indignado Pedro Silva, um dos moradores da rua. O munícipe diz não entender que numa cidade onde existe dinheiro para tantas festas “não exista um pingo de respeito pelos habitantes de Palhavã”.
A mesma opinião tem Ricardo Santos. Para o morador, é “vergonhosa e inadmissível” a falta de apoio que o município tem perante quem vive ali. O morador queixa-se que ninguém pode ir passear com os cães, os idosos não conseguem passar a pé na rua e até ir ao supermercado Continente é um martírio.
Recorde-se que já na edição de 5 de Maio de 2014 O MIRANTE noticiava que a estrada de Palhavã continuava sem obras à vista. E relembrava que em 2009 alguns moradores afixaram cartazes de protesto a indicar que só votariam nessas eleições se tivessem uma estrada nova mas até hoje mantém-se tudo igual.