uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Quando dançar é algo tão natural como respirar ou caminhar
Alexandra Rodrigues dá aulas de danças africanas na Sociedade Recreativa da Granja

Quando dançar é algo tão natural como respirar ou caminhar

Alexandra Rodrigues é professora de danças africanas na Sociedade Recreativa da Granja e as suas aulas estão a ter grande procura. A explicação é simples: Alexandra é uma apaixonada pela sua profissão e imprime essa paixão em tudo o que faz. Mais do que ensinar a dançar, o importante é criar laços de amizade e confiança entre os alunos, explica.

Transmitir boa disposição e gerar laços de amizade e de grupo são o segredo para o sucesso das aulas de ritmos africanos de Alexandra Rodrigues, que às terças e quintas-feiras mete várias dezenas de pessoas a dançar na Sociedade Recreativa da Granja, na freguesia de Vialonga. Alexandra é uma apaixonada por desporto que viu nas danças africanas uma forma de escapar do stress do dia-a-dia e ao mesmo tempo praticar algum exercício físico.
Entre os ritmos africanos que ensina estão o funaná, samba ou a mais popular kizomba. “O que tento transmitir é o que acho fundamental, que é a boa disposição e que seja possível criar laços de grupo entre as pessoas. Que as pessoas cheguem, possam descontrair e deixem os problemas à porta. As danças africanas são muito descontraídas. A dança no geral tem esse efeito”, conta a
O MIRANTE.
Alexandra Rodrigues tem 39 anos e vive em Alverca, cidade que considera “tranquila” e onde gosta de residir. “Cresci em Alverca mas depois tive de regressar às origens dos meus pais, no norte. Mas quando voltei para trabalhar em Lisboa a cidade de Alverca foi logo a que estava nos meus planos por ter sido uma cidade especial para mim desde criança”, partilha. Em Janeiro começou a dar aulas de ritmos africanos na Sociedade da Granja e a modalidade nunca mais parou de crescer.
“O meu percurso foi sempre muito ligado ao desporto, fazia ginástica acrobática de competição quando era mais nova e a dança veio mais tarde, depois da ginástica. As danças sociais, latinas e africanas aconteceram já numa fase mais recente da minha vida. Os meus pais e irmãos nasceram em Moçambique e embora não tenha nascido lá sempre cresci com muita música e dança daquela zona. Aprendi sozinha e só mais tarde fiz a componente formativa para poder leccionar. Mas as danças africanas já eram algo que estava muito enraizado em mim”, conta.

Dança-se mais hoje que há dez anos
Nas suas aulas, além das sequências básicas para se dançar, são explicadas as técnicas e as sequências para os alunos conseguirem, em pouco tempo, dar os passos mínimos para dançarem os ritmos do continente africano. “Todas as danças têm algo em comum. As danças africanas têm uma particularidade. Num curto espaço de tempo as pessoas estão a dançar, ao contrário por exemplo do tango que tem uma exigência técnica muito elevada e que demora muito tempo a ser trabalhada. A kizomba rapidamente se aprende. Mesmo quem não sabe nada dessa dança consegue começar em pouco tempo”, explica.
A dança tem inúmeras vantagens, segundo Alexandra Rodrigues. A saúde e a ligação interpessoal. “Acho que dançamos mais hoje que há dez anos. E a sensação que tenho é que isso tem vindo a crescer, o que é muito bom. O mais difícil do meu trabalho é gerir pessoas e gerir expectativas. Num grupo de algumas dezenas de pessoas temos gente que vem com diferentes propósitos: uns para aprender o mais que puderem, outros que apenas vêm para conviver. Cada um tem diferentes expectativas e o mais difícil é criar aí um meio termo. Essa é a parte mais difícil, as relações entre as pessoas”, conta.
Alexandra Rodrigues diz que só com gosto e paixão pela música se consegue dançar ao mais alto nível. “Tem de haver algo mais do que apenas a técnica”, confessa. No seu trabalho Alexandra pugna pelos valores da justiça, humildade, honestidade e fidelidade. “Quando era pequena a minha profissão de sonho era o desporto, ser professora de educação física, ter um ginásio ou escola de dança. O meu pai foi a pessoa que mais me incentivou a praticar desporto, considerava que era saudável os miúdos praticarem desporto ao ar livre”, conta.
Actualmente o grupo tem também uma componente coreográfica, actuando em eventos como as festas do Forte da Casa e Vialonga. Mas os sete pares também actuam a pedido noutros eventos. O momento alto das danças africanas da Granja chega a 14 de Julho, sábado, com uma aula aberta no largo da igreja em Vialonga e a actuação dos DJ Gameiro e Rams.

Quando dançar é algo tão natural como respirar ou caminhar

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido

    Destaques