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Interiormente

Recordo que o atual governo criou o Programa Nacional para a Coesão Territorial. Para que serve? É letra morta? Também temos uma ridícula e inútil Unidade de Missão para a Valorização do Interior, sediada, exemplarmente, em Pedrogão Grande.

O retrato do interior que passa é a preto e branco, triste, envelhecido e pobre, em oposição a outro, colorido, jovem, alegre e rico – uma imagem perfeita que pertence às gentes de Ianha-a-Nova. Isto não é verdade mas tem muito peso. Entretanto um movimento de ilustres personalidades, desde ex-ministros a autarcas, empresários e professores, organizou-se num Movimento Pelo Interior (MPI) e elaborou um relatório. Ao consultar, brevemente, o documento, apresentado publicamente com a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro, disponível em http://www.movimentopelointerior.org/ , fico sem qualquer tipo de ilusão. Deseja-se “diferenciar positivamente o interior” e propõe-se, entre muitas outras coisas, o Programa Operacional Para o Interior e Plataformas de Desenvolvimento Regional. Ou seja, faz tábua rasa de tudo o que existe sobre o tema. Antes disto tudo, em sucessivos ciclos de governação, já houve dezenas de cangalhadas destas. O resultado está à vista. Recordo que o atual governo criou o Programa Nacional para a Coesão Territorial. Para que serve? É letra morta? Também temos uma ridícula e inútil Unidade de Missão para a Valorização do Interior, sediada, exemplarmente, em Pedrogão Grande. Tão pouco nos faltou dinheiro para o interior. Em oposição positiva a tudo isto sempre me interroguei sobre o que distingue um jovem casal de holandeses que há umas dezenas de anos se instalou no interior? São felizes e criam riqueza. Interrogo-me também sobre o que falta fazer ao inexcedível Armindo Jacinto, presidente de Idanha-a-Nova, para ter sucesso na revitalização da sua terra, uma das mais despovoadas do país? Tudo, mas tudo, sobretudo a realidade e os factos, conduzem-me, cada vez mais, a algo que não se altera com Movimentos e Programas. A resposta está na cabeça das pessoas, isto é, a mentalidade e o nível de consciência.
Carlos A. Cupeto
Universidade de Évora

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