
Assessor da “Águas do Ribatejo” causa alvoroço na reunião de Câmara de Benavente
GNR teve de ser chamada ao local para repor a normalidade. Presidente Carlos Coutinho viu-se obrigado a interromper os trabalhos depois de Nelson Lopes se ter aproximado do autarca pedindo que abandonasse o cargo de presidente, que fosse gozar a reforma, e que não tinha medo de o olhar olhos nos olhos, tudo isto de telemóvel na mão a filmar as suas próprias cenas.
A reunião pública da Câmara de Benavente de segunda-feira, 16 de Julho, ficou marcada pela agitação causada pelo assessor da empresa pública Águas do Ribatejo e eleito da Assembleia de Freguesia de Samora Correia, Nelson Lopes, tendo a Guarda Nacional Republicana (GNR) sido chamada aos Paços do Concelho para repor a ordem.
Nelson Lopes, que foi candidato a presidente da Junta de Samora nas últimas eleições, como independente nas listas do PSD, foi à reunião usar da palavra no período de antes da ordem do dia para colocar duas questões ao executivo liderado por Carlos Coutinho (CDU) - uma relativa ao uso de produtos herbicidas contendo glifosato e outra, a principal, relativa ao caso que envolve a sua mãe, Patornila Lopes, cuja quantidade de gatos no quintal da habitação tem causado incómodos à vizinhança, como
O MIRANTE tem noticiado.
Nelson Lopes acusou Carlos Coutinho de ter ultrapassado “todos os limites do que é aceitável” e de não respeitar o estado de saúde “frágil e debilitado” da idosa para se aproveitar e passar a informação do assunto a O MIRANTE, antes sequer da mãe ter sido notificada pelos serviços da câmara. “A minha mãe até em si votou e teria todo o gosto de o receber lá em casa. O que o senhor tentou foi provocar o vexame e humilhação pública”, acusou.
Nelson Lopes prometeu, caso a mãe morra entretanto, responsabilizar Carlos Coutinho pela situação, culpando também os jornais e acusando Coutinho de ter uma posição privilegiada com a imprensa. Recomendou que fosse “gozar a reforma” e que abandonasse o cargo de presidente porque “ninguém irá sentir a sua falta”. Apesar dos ataques, Carlos Coutinho manteve-se calmo e respondeu ao munícipe (ver caixa).
O caldo entornou-se de vez quando Nelson Lopes se levantou da cadeira e se aproximou rapidamente do líder do município, dizendo não ter medo de o enfrentar olhos nos olhos. Coutinho, que conduzia os trabalhos, pediu contenção e para que Nelson Lopes se sentasse, sob pena de ter de chamar a GNR por estar a perturbar os trabalhos. Nelson Lopes recusou e a reunião acabou interrompida até à chegada das autoridades.
O assessor de comunicação da Águas do Ribatejo acabaria por se sentar pouco antes da chegada da GNR e chegou mesmo a perguntar, em tom trocista, se não o iriam algemar. Durante boa parte da cena Nelson Lopes, de forma provocatória, manteve-se sempre de telemóvel na mão a filmar as suas próprias cenas.
Animais subnutridos e insalubridade
O caso dos gatos da casa de Patornila Lopes foi espoletado por uma vizinha que fez queixa do assunto à delegada de saúde, segundo refere Carlos Coutinho. “Foi depois a delegada de saúde que contactou a câmara para que se pudesse fazer uma vistoria conjunta ao local, que foi feita, com a delegada de saúde, o médico veterinário municipal e um fiscal municipal. O relatório é claro quando diz que havia muitos gatos, alguns dos quais subnutridos e que o espaço se encontrava sujo, com dejectos e insalubridade”, explica.
Carlos Coutinho diz que todo o processo foi claro e, negando as acusações de Nelson Lopes, garante que não tem nada de persecutório ou pessoal. “Não corresponde à verdade que esta seja uma perseguição que lhes estamos a mover por parte daquilo a que chamou seita da CDU. É no mínimo indecente a forma como as coisas se colocam”, rematou.

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