Fugitivo que disparou contra GNR de Almeirim condenado por tráfico
Habitante de Fazendas de Almeirim esteve um ano e meio desaparecido
O habitante de Fazendas de Almeirim que andou fugido durante ano e meio depois de ter disparado contra uma patrulha da GNR de Almeirim, na localidade da Raposa, foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão efectiva. A pena foi aplicada pelos crimes de tráfico de droga, resistência e coacção aos militares da guarda e posse de arma ilegal cometidos na altura da detenção em 7 de Janeiro deste ano num terreno entre Monte da Vinha e Raposa, quando uma patrulha da Guarda detectou o suspeito dentro de um carro.
Segundo o acórdão, proferido na quinta-feira, 12 de Julho, o arguido, de 54 anos de idade, tinha dentro do carro uma pistola e 26 doses individuais de cocaína e heroína, bem como um moinho e três facas que seriam usadas para cortar as doses de droga. Rui Fidalgo, que começou a consumir droga muito jovem, confessou “parcialmente” os factos de que estava acusado pelo Ministério Público, confirmando que consumia estupefacientes e que também vendia a terceiros que o procurassem. Mas negou ter qualquer arma de fogo, alegando que foram os militares do posto que para o incriminarem colocaram no carro a pistola 7.65mm, um calibre que não é permitido a civis. Argumento que o tribunal não levou em conta.
O colectivo de juízes na decisão refere que a viatura do suspeito foi avistada cerca das 03h00 por uma patrulha que chamou reforços para efectuar a detenção. Quando o cerco estava montado, os guardas através dos altifalantes do carro-patrulha ordenaram que o arguido saísse, mas este pós o carro a trabalhar e arrancou de marcha atrás onde estavam dois elementos da equipa de intervenção da GNR, que só não foram atropelados porque saltaram para o lado. Quando o suspeito se pôs em fuga os guardas ainda fizeram quatro disparos de intimidação, mas o arguido só parou quando o carro se atascou numa zona de lama.
Rui já tinha sido condenado há dez anos numa pena de sete anos e seis meses de prisão pelo crime de tráfico de estupefacientes. Facto que pesou na decisão dos juízes em não suspenderem a pena, faculdade que é possível em penas inferiores a cinco anos, como é o caso. No acórdão justifica-se que tem havido um ligeiro aumento do consumo de cocaína e um acréscimo mais significativo de haxixe, sobretudo a nível das classes estudantis. Os juízes realçam também que “o traficante é insensível à desgraça alheia, cria alarme e insegurança e descrença nos órgãos aplicadores da lei”.
Recorde-se que no dia 29 de Julho de 2016 a localidade da Raposa viveu momento de alvoroço com a mobilização de dezenas de militares da GNR numa caça ao homem por vários terrenos da freguesia. Na altura, segundo as autoridades, o suspeito encontrava-se num café e quando a GNR apareceu para o deter por suspeita de tráfico, este terá disparado contra a patrulha e fugiu para dentro de uns arrozais. Este processo ainda está para ser concluído.