Saber ouvir e respeitar o próximo são valores fundamentais
Carla Lopes, 48 anos, é directora técnica da Casa de São Pedro de Alverca.
Começou por trabalhar numa padaria na rua onde vivia em Vila Franca de Xira mas o seu sonho era seguir um trabalho na área da assistência social. Foi isso que conseguiu anos depois ao entrar na Casa de São Pedro de Alverca, onde hoje é directora técnica.
Saber ouvir e respeitar quem está próximo e todas as diferentes opiniões são os valores profissionais fundamentais para Carla Lopes, 48 anos, directora técnica da Casa de São Pedro de Alverca, concelho de Vila Franca de Xira. Quando era mais nova chegou a pensar ser advogada, por causa de todos os filmes e séries que via em que os advogados defendiam os mais desfavorecidos. Contudo, foi na área da assistência social que encontrou o seu emprego de sonho e diz que não está arrependida. Actualmente a sua direcção técnica foca-se essencialmente na vertente de estrutura residencial para pessoas idosas e dependentes.
Carla Lopes é natural de Aveiras de Cima, Azambuja, mas vive em Vila Franca de Xira há 46 anos. É assistente social na Casa de São Pedro, instituição que apoia sobretudo idosos do concelho vilafranquense, há 20 anos.
“Trabalhar em Alverca e na Casa de São Pedro é muito bom. As pessoas receberam-me muito bem na cidade e nesta casa. Fiz amizades incríveis. Sinto que a Casa de São Pedro é uma entidade que faz a diferença na comunidade e isso é possível com a ajuda de todos. Até nos momentos de crise toda a gente arregaça as mangas e se junta na luta por um objectivo comum, que é dar uma boa resposta à nossa população sénior”, conta.
O seu primeiro emprego foi numa padaria da rua onde vivia em Vila Franca de Xira. “Trabalhava lá por épocas e fazia as férias dos outros trabalhadores. Foi muito interessante e gratificante mas não aprendi a fazer pão”, recorda. Dessa experiência o que mais gostou foi do contacto com o público. A espaços ainda colaborava na loja que os pais tinham, no Porto Alto, de venda de artigos em ferro forjado. Acabou por decidir ir estudar e formar-se numa área.
“Gerir pessoas não é fácil”
Ainda hoje Carla Lopes considera ter sido “uma sorte” poder entrar profissionalmente na área que gosta. O seu dia-a-dia é complexo e o trabalho de um director técnico é exigente. Trabalha não apenas com a direcção como ainda dá uma ajuda na gestão da instituição, gestão de pessoal, colaboradores e acção social.
“Ser assistente social é o que me dá mais gozo, estar no terreno, poder estar e ter tempo para estar com as pessoas. Tenho a função de gerir um determinado grupo de colaboradoras e isso é complexo. Gerir pessoas não é fácil. Às vezes um director técnico tem pouco tempo, mas nem por isso deixamos de estar disponíveis para ouvir e ajudar as pessoas. É muito desafiante”, recorda.
Para Carla Lopes o dia de trabalho não acaba às 17h00. Muitas vezes, quando vai para casa, mantém-se em contacto com a equipa por opção própria, confessando que raramente consegue desligar quando sabe que há trabalho por fazer. “Numa Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) com esta estrutura e dimensão, com as solicitações e necessidades que a pessoa idosa tem no nosso país, não nos podemos desligar da profissão depois da nossa hora de saída, não dá mesmo”, confessa.