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Raios me partam se eu percebo a lógica da aplicação de IVA

Acabei de chegar do supermercado E.Leclerc e fiz uma coisa que não costumo fazer com frequência, que é olhar para a coluna da percentagem de IVA na factura. Sei que está tudo na lei e até fui ver para me certificar coisas que me pareceram estranhas. Numa lata de sardinhas em azeite o IVA foi de 23% e numa lata de atum em azeite o IVA foi de 6%. Num ramo de salsa o IVA foi de 6% e nos coentros o IVA aplicado foi 23%.
A consulta da tabela do IVA não me ajudou nada e este meu e-mail para a secção dos leitores é apenas a manifestação de uma perplexidade e uma chamada de atenção para a comissão da igualdade, para a deputada Isabel Moreira do PS que se interessa por isto e também para o PCP e, principalmente, Bloco de Esquerda. Porque não há igualdade entre atum e sardinhas, nem entre salsa e coentros? É para incentivar o consumo do atum? É para incentivar o consumo de salsa em detrimento dos coentros? Será que a bela sardinha enlatada é mais valiosa que o banalíssimo atum? Será que os coentros são mais valiosos que a proletária salsa?
Termino com um pouco de poesia que isto da poesia é um bom remédio para tudo. É um poema do Jorge de Sena que o José Afonso cantou no álbum “Traz outro amigo também”. Arqueologia, claro, que estas modernices de agora só falam de coisas bem diferentes. “Epígrafe para a arte de furtar”, chama-se ele.
Roubam-me Deus/Outros o diabo/Quem cantarei/Roubam-me a Pátria/e a humanidade/outros ma roubam/Quem cantarei / Sempre há quem roube/Quem eu deseje/E de mim mesmo/Todos me roubam/Quem cantarei.
Maria Teresa Folgado Serras

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