Reivindicar não é pedir este mundo e o outro de forma irresponsável
O senhor da Comissão de Utentes da Saúde e de outras coisas mais, do Médio Tejo e arredores, Manuel José Soares, continua a descobrir novas formas de desbaratar dinheiro do Estado em muitos lados e no Centro Hospitalar do Médio Tejo em particular.
Agora quer voltar a ter urgência médico-cirúrgica nos hospitais de Torres Novas e Tomar, cujas urgências básicas já só funcionam porque recorrem a trabalho de médicos contratados a empresas privadas e cujos concursos para a contratação de médicos especialistas continuam, na maior parte dos casos, a não ter concorrentes para as vagas disponibilizadas.
Diz ele que recolheu dez mil assinaturas a reivindicar essa passagem das urgências básicas para urgências médico-cirúrgicas. Pela minha parte acho que trabalhou pouco porque para reivindicar coisas que nos possam beneficiar, desde que isso não implique pagarmos mais, nomeadamente impostos, toda a gente está disposta a assinar. É como fazer um abaixo-assinado junto de pessoas pobres a reivindicar mais dinheiro. Quem é que não assina? Eu até assinava uma papel qualquer a reivindicar um hospital com todas a valências do outro lado da minha rua...se tivesse o mesmo grau de consciência cívica do senhor militante Soares.
Ele sabe mas finge que não sabe, que no caso da urgência cirúrgica de Tomar o que se passava era um escândalo uma vez que havia uma equipa permanente para o bloco a ser paga todos os dias do ano, que realizava em média 50 (cinquenta) actos cirúrgicos por ano. Um luxo que chegou a ser noticiado num jornal americano, provavelmente no local das histórias absurdas.
Ele também deve saber quantos cirurgiões e anestesistas tem o Centro Hospitalar e sabe, de certeza, que é quase impossível contratar mais, por muitos concursos que abram. Segundo li recentemente o Centro Hospitalar contrata serviços de anestesistas a uma empresa privada. Resumindo: Basta de profissionais da agitação política e da reivindicação de tudo e mais alguma coisa. Haja consciência e bom senso.
Fernando de Carvalho