Bermas por limpar na EN 114 são “situação vergonhosa e escandalosa”
Presidente da União de Freguesias de São João da Ribeira e Ribeira de São João, no concelho de Rio Maior, aponta o dedo à Infraestruturas de Portugal e teme pela segurança dos utilizadores dessa estrada nacional. Situação já tinha sido alvo de críticas por outros autarcas.
“Uma situação escandalosa e vergonhosa”. É assim, sem papas na língua, que o presidente da Junta de Freguesia de São João da Ribeira e Ribeira de São João, Leandro Jorge, classifica o estado em que se encontram as bermas da Estrada Nacional (EN) 114 na sua freguesia e a inacção da empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP), a quem cabe a missão de zelar pelas estradas nacionais.
Sinais tapados por vegetação e canas e mato que engoliram as bermas e já se estendem para a faixa de rodagem são ameaças evidentes à segurança de automobilistas, ciclistas e peões que por ali circulam. Um cenário que se estende por todo o troço da EN 114 entre Rio Maior e Santarém e que já foi objecto de críticas por outros autarcas dos dois concelhos.
“Infelizmente não é só na EN 114 que isso acontece mas cada um tem a obrigação de defender aquilo que é seu”, justifica o presidente dessa união de freguesias do concelho de Rio Maior, referindo a
O MIRANTE que pediu uma reunião urgente à IP há cerca de mês e meio e que, até à data, apenas recebeu “um telefonema de uma senhora” a perguntar-lhe quais eram os assuntos a tratar. “A falta de respostas da IP começa a ser muito grave. Não é só o facto de não fazerem o trabalho que lhes compete, é também a falta de respeito pela instituição a que presido e pelas pessoas que utilizam a estrada”, refere o autarca.
Leandro Jorge afirma que da IP vêm sempre as mesmas explicações, de que houve atraso nos concursos para contratação de empresas para limpeza das bermas, e diz que está cansado de falar no assunto com a Câmara de Rio Maior e com a GNR. “Só quero saber até quando é que isto vai durar”, diz, não se mostrando muito convencido com o argumento do atraso nos concursos. “Não há desculpas que apaziguem esta situação. Se não sabem fazer concursos atempadamente, então são incompetentes e devem dar o lugar a outros”, critica.
O autarca admite que as situações de insegurança geradas pela falta de limpeza das bermas levam-no a temer que ocorra algum acidente grave. “Há pessoas que vão despejar o lixo a caminhar pela estrada porque não têm passeios junto às suas casas e as bermas estão cheias de canas e ervas. É lamentável. Sinto-me ofendido e chateado e não vejo vontade nenhuma desses senhores em resolver o problema”, conclui.
O MIRANTE contactou a Infraestruturas de Portugal para tentar saber quais as razões para que, no início de Agosto, ainda haja bermas de tantas estradas nacionais por limpar, nomeadamente na EN114. Perguntámos também em que pontos da região é que já foram ou estão a ser efectuadas limpezas. Até ao fecho desta edição não recebemos resposta ao nosso contacto, enviado por correio electrónico.
Críticas também em Santarém
As críticas ao estado das bermas das estradas nacionais também se ouviram nas últimas semanas em Santarém, tanto na sessão da assembleia municipal como em reunião do executivo camarário. O vereador José Augusto Santos (PS), que levantou o assunto, deu como exemplo o estado em que se encontra a zona nas imediações da fábrica de cerveja da Font Salem - onde se encontram a EN 3 e a EN 362 - que, na sua opinião, causa uma “péssima imagem” numa das entradas mais movimentadas da cidade.
Também o presidente da câmara, Ricardo Gonçalves (PSD), lamentou a situação referindo que este ano, e ao contrário dos anos anteriores, a empresa pública nem sequer limpou a circular urbana D. Luís por altura da Feira Nacional de Agricultura.