Limpeza de matagais em Santarém levanta críticas
Alguns moradores não gostaram da forma como foram feitas intervenções no Sacapeito e em São Domingos. Município diz que está tudo de acordo com a lei.
As desmatações e limpezas de terrenos que têm sido realizadas na zona urbana de Santarém, nomeadamente nos bairros do Sacapeito e de São Domingos, motivaram algumas críticas devido aos supostos impactos que as intervenções causam no meio ambiente. A Câmara de Santarém garante que as operações em causa estão a ser feitas de acordo com o que estipula a legislação.
Na zona do Sacapeito, nas traseiras da Escola Mem Ramires e do Complexo Andaluz, onde se situa o Instituto Politécnico de Santarém, a limpeza de um terreno particular realizada nos últimos dias alterou radicalmente a paisagem. A densa vegetação, entre árvores, silvas, ervas e outras plantas infestantes foi arrasada por uma máquina e deu lugar a um descampado povoado por algumas árvores.
Uma mudança de visual que não passou despercebida a quem mora nas imediações, como o nosso leitor Fernando Bastos, que considerou inadmissível o modo como decorreu a operação, sublinhando que os terrenos são instáveis e as encostas têm uma inclinação acentuada. O que com a chuva e sem coberto vegetal pode dar levar a deslizamentos de terras.
Emanuel Campos, chefe de gabinete do presidente da Câmara de Santarém, que tem acompanhado as operações juntamente com o comandante dos Bombeiros Municipais, refere que os trabalhos em causa têm sido executados de acordo com o que estabelece a legislação no âmbito da prevenção de incêndios. E sublinha que, no caso do Sacapeito, há estabelecimentos de ensino e prédios nas imediações, pelo que a área a limpar é numa faixa de 100 metros a partir dos aglomerados urbanos e há que respeitar também a distância mínima entre as copas das árvores. O que explica a dimensão da área desmatada.
Junto ao bairro de São Domingos, numa encosta próxima da rotunda da fonte luminosa, foi a Câmara de Santarém que interveio, também com uma limpeza a fundo. O que motivou críticas devido aos impactos na fauna da zona, nomeadamente aves.
Segundo Emanuel Campos, a autarquia estava na passada terça-feira a intervir em terrenos seus, tendo activas cinco ou seis frentes de trabalho, e tem vindo a notificar proprietários particulares para limparem as suas propriedades. Caso isso não aconteça, a autarquia vai substituir-se aos privados nos pontos potencialmente mais críticos, imputando-lhes depois os custos.