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Relatório coloca Câmara do Cartaxo em ruptura financeira mas não reflecte recuperação das contas

Presidente do município diz que situação da autarquia é melhor hoje do que quando tomou posse em Outubro de 2013

O presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro (PS), diz que o resultado do esforço de recuperação do município não se reflecte ainda no relatório do Conselho de Finanças Públicas, que colocava a autarquia em situação de ruptura financeira no final de Junho. O autarca afirma que “seis indicadores financeiros mostram a evolução muito positiva das contas do município” desde 2013, resultados que não são reflectidos no relatório divulgado na semana passada.
O autarca declara que o efeito da reestruturação financeira, decorrente da adesão obrigatória ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), por o município ter uma dívida mais de 300% superior à média das receitas correntes líquidas dos últimos três exercícios, só será “visível de forma significativa a partir do primeiro trimestre de 2018”. Pedro Ribeiro afirma que os resultados líquidos do município “melhoraram 222 mil euros comparativamente a 2016, mantendo-se positivos no primeiro semestre de 2018 no valor de 373,8 mil euros”.
Pedro Ribeiro aponta ainda a redução dos valores dos pagamentos em atraso a mais de 90 dias (menos 22,6 milhões de euros entre Outubro de 2013 e Junho de 2018, data em que se situavam nos 324 mil euros). Outros indicadores referidos são o prazo médio de pagamentos, que actualmente é de 31 dias (menos 331 dias que em Outubro de 2013), e a taxa de execução orçamental, que passou dos 21,1% em 2013 para os 88,2% em 2017 (sendo de 45,3% no primeiro semestre deste ano).
O presidente da Câmara do Cartaxo alega que o município passou a ter fundos disponíveis positivos em Janeiro deste ano, quando em 2013 eram negativos no valor de 55,7 milhões de euros, tendo atingido em Junho o valor de 1,8 milhões de euros, “reflectindo-se o efeito do empréstimo do FAM nas contas do município”.
Para o autarca, a adesão ao FAM “apenas será visível de forma significativa a partir do primeiro trimestre de 2018” uma vez que o visto do Tribunal de Contas ao empréstimo de 52 milhões de euros foi concedido apenas em Março de 2017. Pedro Ribeiro afirma também que, apesar de continuar com fundos próprios negativos, o município tem realizado, desde o final de 2016, “uma recuperação acentuada deste indicador, conseguindo, até ao final do primeiro semestre de 2018, uma redução de 15,5% comparativamente a 2016”.

Cartaxo e Santarém acima do limite da dívida total

Segundo o relatório do Conselho de Finanças Públicas (CFP) sobre execução orçamental da administração local no primeiro semestre do ano, 25 dos 308 municípios encontravam-se acima do limite da dívida total, sendo que Cartaxo (distrito de Santarém), Fornos de Algodres (Guarda), Nordeste (ilha de S. Miguel) e Vila Real de Santo António (Faro) estavam em ruptura financeira. Santarém surge no patamar abaixo, mas também integrando a lista desses 25 municípios.

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