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Queixa contra o marido acaba em busca domiciliária e apreensão de armas

Homem foi constituído arguido e sujeito à medida de coacção de Termo de Identidade e Residência. Mulher negou a O MIRANTE ser alvo de violência física e diz que só apresentou queixa no posto da GNR de Castanheira do Ribatejo porque o marido lhe ligou a perguntar onde estava o cadeado das armas e disse-lhe que ia ter uma surpresa quando chegasse a casa.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) realizou uma busca domiciliária na residência de Abílio Correia, 58 anos, em Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, na noite de sábado, 8 de Setembro, tendo apreendido duas caçadeiras de calibre 12. Na base da busca está uma queixa por violência doméstica, apresentada pela esposa, Maria Fátima Correia, de 56 anos, que posteriormente, em conversa com O MIRANTE, negou ser alvo de maus tratos por parte do marido.
Abílio estava sozinho em casa e deitado na cama, quando a filha mais velha, Andreia Neves, de 35 anos, entrou em casa fazendo-se acompanhar pela GNR. No chão do quarto estavam as duas caçadeiras descarregadas e com o cadeado de protecção intacto. As armas, ambas com a licença em dia, foram apreendidas pelos militares, tendo Abílio ficado sujeito à medida de coacção de Termo de Identidade e Residência.
A O MIRANTE, Abílio Correia conta a sua versão dizendo que ligou a Maria de Fátima para perguntar onde estavam as chaves dos cadeados. “Apenas queria limpar as armas”, diz negando qualquer tipo de ameaça. A mulher confirma ter recebido duas chamadas do marido. Na primeira refere que lhe perguntou pelas chaves, ao qual Maria de Fátima responde que não sabia, e na segunda chamada refere que Abílio disse que “já tinha arrombado os cadeados e que quando chegasse a casa ia ter uma surpresa”.
Maria de Fátima considerou essas palavras como uma ameaça velada e dirigiu-se ao posto da GNR de Castanheira do Ribatejo, na companhia da filha mais velha, para apresentar queixa por violência doméstica, alegando que apenas o fez para que as autoridades pudessem ver o que se passava com o marido. “Não foi para o prejudicar”, diz a O MIRANTE.
Abílio e Maria de Fátima são casados, mas assumem que fazem vidas separadas, apesar de continuarem debaixo do mesmo tecto. Ambos reconhecem os conflitos, mas garantem que violência, só verbal e de parte a parte. Maria de Fátima já chegou a meter os papéis do divórcio há dois anos, mas voltou atrás na decisão.
O homem, administrativo numa empresa de transportes no Carregado, já tentou o suicídio há cerca de três anos, quando enfrentava uma depressão, mas diz que “não era capaz de matar alguém”. Refere que se sente lesado e enxovalhado pela família, frisando que está “inocente numa situação destas”.
Maria de Fátima diz a O MIRANTE que não faz intenção de seguir com a queixa para tribunal.

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