A água do rio Maior, na zona de São João da Ribeira, concelho de Rio Maior, foi novamente alvo de descargas poluentes. Na manhã de 3 de Outubro o curso de água, que desagua no Tejo, apresentava tons vermelhos, caindo as suspeitas sobre uma fábrica de tomate existente em na zona de São João da Ribeira (Rio Maior).
A situação, recorrente, foi denunciada na rede social Facebook por um morador que publicou um vídeo a dar conta do atentado ambiental. O MIRANTE contactou a empresa para tentar obter alguns esclarecimentos sobre o assunto mas até ao fecho desta edição não obteve qualquer resposta.
Recorde-se que, como O MIRANTE noticiou em Agosto deste ano, a Inspecção do Ambiente enviou para o Ministério Público o resultado da investigação à descarga poluente no rio Maior, na zona de S. João da Ribeira, indicando a empresa de transformação de tomate, Tomatagro, como responsável pelo crime ambiental. A situação foi confirmada pelo Ministério do Ambiente, referindo que a Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) realizou a inspecção no local nos dias 28 e 29 de Agosto.
Segundo o ministério, a inspecção “confirmou a degradação da qualidade da água e a morte de peixes naquele afluente do Tejo”, realçando que os inspectores verificaram que na origem deste caso esteve “a descarga de matéria-prima não processada (concentrado de tomate) directamente para a ribeira”. Na altura O MIRANTE também contactou a Tomatagro, que comunicou não pretender prestar qualquer tipo de declaração sobre o assunto.
O ministério explicou que foram realizadas colheitas de amostras na ribeira e na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da empresa. Acrescentou ainda que foi emitido um “mandado pela IGAMAOT para, no prazo de 5 dias, o operador implementar um sistema de retenção de emergência que possa recepcionar, em caso de acidente, eventuais descargas. Caso estas medidas não sejam acatadas, a IGAMAOT pode decretar o encerramento da empresa”.