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As touradas, o teatro e o cinema para não falar de coisas que já não existem

Nos últimos dez anos, apesar de alguma recuperação o ano passado, as touradas perderam cento e tal mil espectadores. Pode ser que isso signifique que há menos pessoas interessadas em ver aquele espectáculo mas também pode ser que os artistas já não sejam tão bons como exigem os espectadores, ou então que quem ia habitualmente à tourada tenha menos dinheiro para gastar.
Em Torres Novas, Tomar, Entroncamento, Abrantes, só para falar de cidades que conheço, havia, há cinquenta anos, sessões diárias de cinema, muitas delas com casa cheia. E aos fins de semana ainda havia sessões da tarde. Agora já não há. E não vale a pena falar de teatro, por exemplo.
Tudo muda e com as touradas acontece o mesmo. Não é difícil adivinhar que, a manterem-se os padrões actuais, as touradas irão desaparecer. Não dou a certeza porque certezas ninguém as pode ter e se há tanta crueldade no mundo contra crianças, idosos, mulheres e cidadãos em geral, também pode ser que a crueldade contra animais aumente em vez de diminuir.
Eu já encontrei pessoas que dizem abertamente, embora eu ache que sem perceberem bem o que estão a dizer, que preferiam ver esta ou aquela pessoa de quem não gostam morta, do que perderem o seu animal de estimação. E outras ainda que, em nome da luta contra a crueldade, se dizem capazes de praticar a cruel actividade de cravar bandarilhas nas costas de toureiros.
João Manuel Tiago Viegas

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