Atenção aos e-mails desconhecidos, aos anti-vírus grátis e aos programas piratas
Luís Farias da Goldesk da Golegã há catorze anos dá alguns conselhos úteis.
A segurança do computador começa na forma como a mesma é encarada pelo seu proprietário. Para Luís Farias, há 14 anos à frente da Goldesk, empresa de serviços informáticos, o mais importante é ter um bom antivírus instalado, “não um daqueles grátis que se arranjam na net”.
“Um dos grandes problemas actualmente é o ‘ransomware’ que encripta ficheiros pessoais como fotografias e vídeos, deixando os donos desses ficheiros sem acesso a eles. Depois é enviado um pedido de resgate, mas a pessoa não deve nunca pagar porque não tem qualquer garantia que lhe devolvam a informação”, diz o informático, acrescentando que o procedimento a seguir é encaminhar o caso para uma loja da especialidade que consiga desencriptar os dados.
Luís Farias explica que não há nada de errado com os programas que o ‘ransomware’ utiliza. São programas fidedignos que foram criados especificamente para proteger dados, o problema é que nestes casos não é fornecida ao dono dos documentos a chave que lhe permita voltar a aceder-lhes.
A melhor forma de evitar estes ataques é nunca abrir emails de estranhos com anexos, ou mesmo emails que, com proveniência “familiar”, denunciem algum tipo de linguagem estranha. “O email é a porta de entrada principal para os vírus, mas também podem entrar no sistema quando se acede, por exemplo, a sites de filmes e softwares piratas”, alerta.
Nas suas lojas, na Golegã e no Entroncamento, entram com frequência computadores infectados quer de pessoas particulares quer de instituições. A Goldesk é responsável pela manutenção dos computadores de alguns agrupamentos escolares como o de Santa Maria do Olival, em Tomar, ou o de Ferreira do Zêzere e todas as semanas há que fazer uma revisão do material informático.
Os casos mais bicudos vêm para a loja onde são reparados, sempre que possível, por uma equipa de dois técnicos, em permanência, mais um para “emergências”. No total são cerca de 700 máquinas, refere o informático.
Quer a nível pessoal quer empresarial, Luís Farias lembra a importância de fazer ‘backups’, isto é, criar cópias de segurança dos dados para discos externos, para CD ou para DVD. Referindo que estes dois últimos formatos são mais seguros mas têm o inconveniente de não ter grande capacidade de armazenamento.
Uma regra muito importante a reter é que os ‘backups’ devem ser feitos no início do trabalho e não no final, porque se existir um vírus ele só se vai manifestar quando o computador for reiniciado. Outra regra realçada pelo técnico é não manter o disco externo permanentemente ligado ao computador, caso contrário “é uma porta aberta à infecção”.
Passwords e redes wireless devem obedecer a regras
Luís Farias afirma que as passwords devem ser difíceis. Devem ter no mínimo oito caracteres, com maiúsculas, minúsculas, números e símbolos. E de preferência devem utilizar-se diferentes palavras passe para os diferentes serviços a que se acede.
O informático alerta também para o uso das redes wireless gratuitas em espaços públicos. “Deve ser sempre escolhida a opção “rede pública” e nunca “rede privada” porque esta última permite mais troca de informação e não é preciso saber muito do assunto para conseguir, com o programa certo, roubar a informação pessoal contida em computadores portáteis e smartphones”, explica.
Tem que haver idoneidade
As grandes superfícies estão a entrar no mercado das reparações informáticas, mas, segundo Luís Farias, há um risco associado à grande rotatividade de empregados, “alguns com pouca formação profissional ou mesmo pessoal”. “A idoneidade também se recomenda”, afirma o informático, lembrando que quando se leva o equipamento avariado a uma empresa especializada esta tem que ser de confiança.