Falta de água é problema recorrente em Aveiras de Cima
Condutas já ultrapassaram em dez anos o seu período de vida útil. Rupturas constantes nas condutas levam ao desespero a população da freguesia, que exige intervenção urgente.
A substituição das condutas que levam água para abastecimento público até à freguesia de Aveiras de Cima, no concelho de Azambuja, está com anos de atraso. O arrastar da situação tem motivado queixas de moradores e comerciantes, que chegam a ficar três dias sem água nas torneiras devido a rupturas.
“A última interrupção durou um fim-de-semana inteiro e impediu-me de fazer a minha vida normalmente. Não posso cozinhar ou fazer a higiene diária em condições normais. Tenho de ir comprar garrafas de água”, critica Maria Feteira, moradora da rua Dr. Francisco Maria de Almeida Grandela.
A comerciante Maria Silvina, que ajuda o seu neto no Café Lareira, queixa-se do mesmo problema que “afecta as máquinas do café e estraga os electrodomésticos”, porque muitas vezes quando o abastcimento é reposto a água vem com areias. “Temos de recorrer a garrafões de água para tirar os cafés e não podemos lavar a loiça. Para além disso causa transtorno aos clientes porque ficam impossibilitados de utilizar a casa de banho do café”, acrescenta.
O presidente da câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), lamentou, em reunião do executivo, os prejuízos causados à população de Aveiras de Cima e sublinha que tem pressionado a Águas de Azambuja, empresa concessionária do serviço de abastecimento de água no concelho e que tem em mãos o projecto que contempla a requalificação das condutas existentes e a construção de um novo adutor de Alcoentre até Aveiras de Cima.
O vereador Silvino Lúcio (PS) explica que recentemente ocorreram “dois rebentamentos na adutora” e que, por esse motivo, o depósito ficou sem água.
O vereador da CDU, David Mendes referiu que “não há desculpa para que aconteça sistematicamente falta de água” nessa freguesia, referindo que as anomalias registam-se “duas a três vezes por mês”. Por isso exige ao município medidas “paliativas” que atenuem os transtornos que a situação causa à população de Aveiras de Cima.
Águas de Azambuja lamenta os transtornos causados
Contactada por O MIRANTE, a empresa Águas de Azambuja “lamenta os transtornos causados pela suspensão de fornecimento do serviço aos seus clientes” e adianta que se “encontra a promover acções correctivas com vista à sua resolução e criação de redundâncias ao actual sistema de abastecimento de água”.
A Águas de Azambuja solicitou à Câmara de Azambuja uma alteração aos contratos financeiros, para poder alargar o período de utilização dos fundos que não foram ainda aplicados no âmbito do contrato de concessão, comprometendo-se a concluir as obras num prazo não superior a seis meses.
A empresa gestora das águas do concelho de Azambuja justifica o atraso da obra com dificuldades no processo de licenciamento com a Infraestruturas de Portugal (IP), necessário à realização de obras nas condutas de água ao longo da Estrada Nacional 3 e da Estrada Nacional 366.