Funcionária da Misericórdia de Alhandra despedida por suspeita de levantar dinheiro de idosa
Visada não aceitou decisão e moveu processo contra a instituição no Tribunal de Trabalho. Misericórdia de Alhandra realizou uma auditoria interna e depois de um processo disciplinar acabou por despedir a directora financeira por justa causa. Em causa estão levantamentos de dinheiro com cartão multibanco de uma utente do lar.
Uma mulher de 38 anos que desempenhava as funções de directora financeira na Misericória de Alhandra foi despedida por justa causa por suspeita de ter levantado cerca de 300 euros da conta bancária de uma idosa, residente no lar da instituição, sem permissão desta.
O assunto tem dominado as conversas de rua naquela vila ribatejana e foi também, falado na assembleia geral da instituição na noite de 23 de novembro. O caso passou-se em 2017 mas só agora veio a lume depois da funcionária em questão, que já prestava serviço na Misericórdia de Alhandra há 11 anos, ter avançado com um processo no Tribunal de Trabalho contra aquela instituição, por não concordar com a forma como decorreu o seu processo de despedimento.
Os factos remontam a Julho de 2017, quando uma utente do lar deu entrada na instituição e deixou à guarda da administração o seu cartão multibanco e o Pin de quatro dígitos, para pagamento das suas despesas. A funcionária em questão terá pegado no cartão da idosa e, sem o conhecimento desta, realizado um primeiro levantamento de 200 euros e, semanas depois, outro levantamento de 100 euros. O caso acabou por ser descoberto meses depois nos extractos da conta da idosa e na contabilidade da instituição.
A mesa administrativa da Misericórdia de Alhandra foi alertada da situação e a funcionária em causa terá explicado, num primeiro momento, que se limitou a mexer na conta a pedido da idosa. Foi suspensa do serviço enquanto decorreu uma auditoria interna, sempre com a utente a garantir que não deu qualquer permissão para que fosse levantado dinheiro da sua conta.
A funcionária acabou despedida por justa causa mas não concordou com os factos invocados e avançou com um processo no Tribunal de Trabalho de Santarém. Fonte judicial revela que a Misericórdia tentou negociar um acordo com a funcionária, numa tentativa de evitar os transtornos decorrentes de um julgamento deste tipo, mas que o valor pedido pela mesma – cerca de 100 mil euros de indemnização – não permitiu acordo, seguindo o caso para julgamento.
Contactado por O MIRANTE, o provedor da Misericórdia de Alhandra, Brandão Soares, recusa comentar o caso.