“Hoje os problemas nos computadores não são os vírus mas os ataques informáticos”
Luís Major é dono da Magnisis no Cartaxo e diz que todo o cuidado é pouco.
Hoje já não há vírus, há sim ataques informáticos feitos por ‘hackers’ (piratas cibernéticos) e as principais vítimas são as empresas e as entidades públicas e privadas. Quem o diz é Luís Major, proprietário da empresa informática Magnisis, aberta há 25 anos no Cartaxo.
Para aquele empresário e informático, o problema reside no facto de os funcionários das empresas levarem os maus vícios de casa para o trabalho e acabarem por abrir e-mails que não deviam. Depois, os ‘hackers’ entram dentro dos computadores, encriptam toda a informação que lá se encontra (tudo o que se encontra no computador fica bloqueado com uma palavra-chave) e exigem um valor em dinheiro de resgate na ordem entre os mil e os 10 mil euros, para desbloquearem os dados.
Luís Major diz que mais de noventa por cento do seu trabalho é desenvolvido com empresas e entidades públicas e privadas. Com base nessa experiência garante que os adultos, nomeadamente os mais velhos, desconfiam mais dos e-mails que recebem do que os jovens. Ainda na última semana, conta, um funcionário de uma empresa o contactou a questionar sobre as consequências de abrir um e-mail que tinha recebido de uma empresa transportadora e que se encontrava na sua pasta de ‘spam’ (mensagens enviadas em massa e são consideradas potencialmente perigosas).
“Claro que quem verifica, vê logo que aquele não é um contacto e-mail fidedigno porque depois do nome da empresa e antes do domínio tinha vários números”, adianta, o informático.
E se, nas empresas, o maior problema são os e-mails maliciosos, a nível de particulares, são os ‘software’ piratas (cópias de programas não autorizadas). Luís Major explica que o pior não é a instalação desses programas pirateados, mas sim os ‘cracks’ que as pessoas são obrigadas a instalar com eles. “É atrás desses pequenos ‘softwares’ usados para quebrar o sistema de segurança que podem ser feitos os ataques informáticos”, sublinha, relembrando os três cuidados que todos devemos ter. Um anti-vírus actualizado, sistemas operativos actualizados vindos dos fabricantes e ‘software’ legal e seguro.
“A nível de ataques informáticos, o início do ano de 2018 foi a altura mais critica que já alguma vez tivemos desde que abrimos há 25 anos”, revela o informático, acreditando que a situação tem tendência a agravar-se. E por isso alerta para a necessidade de se fazer sempre o ‘backup’ (cópia de segurança) de tudo o que se tem no computador nos vários suportes que existem para esse efeito, desde ‘pens’ e discos externos até espaço em “cloud’s” (nuvens) online, nomeadamente no OneDrive ou no Google Drive.
Quanto às passwords (palavras passe), adianta, é preciso alterá-las constantemente e incluir nelas não só letras, mas também números e símbolos. “Ainda me aparecem por aqui pessoas com password básicas, tipo 123 e depois os problemas acontecem”, conclui.