Leonor Teles diz que é preciso “fazer sucesso fora” para ter êxito em Portugal
Documentário “Terra Franca” tem estreia prevista nas salas portuguesas a 10 de Janeiro de 2019
Jovem realizadora de Vila Franca de Xira foi premiada recentemente em dois festivais internacionais pela sua primeira longa-metragem, onde conta a história de um pescador do Tejo.
A primeira longa-metragem da realizadora de Vila Franca de Xira Leonor Teles, o documentário “Terra Franca”, recentemente premiado no Festival de Amiens, estreou, comercialmente, no dia 21 de Novembro em 11 salas em França.
Questionada sobre a opção de estrear primeiro em França, a realizadora, que esteve na estreia em Argenteuil, nos arredores de Paris, respondeu: “É assim que o mercado funciona”. E acrescentou: “Um filme tem de fazer sucesso fora para depois ter sucesso dentro do país. Acho que esta estreia em França vai permitir que isso aconteça também em Portugal”, afirmou Leonor Teles em declarações à agência Lusa, explicando que o processo de distribuição e programação em França foi mais rápido que em Portugal. “Terra Franca” foi exibido em estreia no passado dia 19 de Outubro, no Festival DocLisboa, e chega às salas portuguesas a 10 de Janeiro próximo.
O filme recebeu, no dia 17 de Novembro, o Prémio de Melhor Primeira Obra da Competição Internacional na 33.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Mar da Prata, na Argentina, e, no passado dia 16, foi distinguido com o Prémio Cidade de Amiens, no 38.º Festival Internacional do Filme, que se realiza nesta cidade 120 quilómetros a norte de Paris.
Ao longo das apresentações que tem feito em França - o filme foi mostrado pela primeira vez em Março passado, em Paris, no Festival Cinéma du Réel, tendo recebido o Prémio SCAM International, e, mais recentemente, em Ruão,
Nantes ou Amiens -, Leonor Teles tem-se encontrado com a comunidade portuguesa que se revê no documentário, que conta a vida de Albertino, um pescador de Vila Franca de Xira, e da sua família.
“A ideia com que ficam é que é uma típica família portuguesa. Os portugueses que vivem em França sentem-se muito em Portugal e identificam-se bastante. As pessoas falam muito das saudades que o filme provoca”, disse Leonor Teles.
A estreia em Argenteuil não foi por acaso. O diretor do cinema local, Guillaume Louradour, viu o filme de Leonor Teles, achou-o “fabuloso” e contactou o distribuidor para garantir a presença da realizadora portuguesa na estreia e estabelecer uma conversa com o público.
Leonor Teles conquistou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim, em 2016, pela curta-metragem “Balada de um Batráquio”.