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A luta continua!

Literato Manuel Serra d’Aire

O sindicato que representa os trabalhadores da Câmara de Santarém ficou muito aborrecido porque o presidente da autarquia decidiu emitir um despacho onde atendeu às reivindicações dos funcionários, concedendo-lhes mais três dias de férias por ano e ainda o dia de aniversário, mas sem que, para tal, tivesse sido assinado um acordo colectivo de trabalho com a organização sindical STAL, que se sentiu como os namorados quando levam com os pés.
Ao que consta, algumas dezenas de trabalhadores da autarquia também terão ficado manifestamente aborrecidos com essa decisão (eu também ficava chateado se me dessem mais quatro dias de dispensa por ano!) e decidiram expressar esse estado de espírito marcando presença numa reunião de câmara. Uma reunião de câmara que se realizou em horário de expediente, ou seja, em horas a que os trabalhadores deviam estar a... trabalhar.
Eu sei que está gasta a ladainha que se vai ouvindo actualmente sobre as diferenças de direitos e regalias entre quem trabalha na administração pública e na actividade privada - e sei também que as generalizações são perigosas e que muitas vezes paga o justo pelo pecador - mas parece-me excesso de zelo reivindicativo e protestativo manifestar desagrado nas barbas da entidade patronal durante o horário de trabalho, ainda para mais quando aquela lhes deu regalias que não são para todos os comuns mortais. Enfim, como dizia a minha avó, querem dado e arregaçado! E ainda refilam por cima... Porque a luta continua!
E eu também continuo à espera que o Presidente da República, também conhecido por Professor Marcelo, nos escreva a endereçar felicitações pelos cerca de vinte anos de troca de correspondência nas páginas de O MIRANTE. E aviso desde já que considerarei extremamente aviltante e sectário o comportamento do Senhor Presidente caso não corresponda positivamente ao apelo que aqui lhe deixo. É verdade que não temos a voz nem as pernas da Cristina Ferreira, reconhecemos humildemente, mas também temos direito a um miminho.
Imarcescível Manel, para concluir, e como tu bem referes no teu último escrito, esta região que ficou célebre pelos milagres e aparições divinas em locais tão distintos como Fátima, Asseiceira, Santarém, Dornes ou Meia Via está a perder gás nesse domínio, pelo menos no que toca às aparições de poluição nos rios Tejo e Almonda. Nunca mais ouvi falar disso! Terá sido milagre?
E por falar em milagres: que dizes a essa caterva de investimentos públicos que têm sido anunciados nos últimos tempos pelo Governo? São obras e mais obras, desde o aeroporto no Montijo a novas linhas de metro em Lisboa, novos comboios para a CP, obras na EN3 em Azambuja e por aí fora. Quanto mais leio e releio as notícias mais se inculca a sensação de que já vi este filme em algum lado. E não foi assim há tanto tempo. Nessa altura os nomes dos personagens eram outros, como aeroporto na Ota (e depois em Alcochete), estabelecimento prisional em Almeirim, variante ferroviária a Santarém, nova ponte na Chamusca e outros que tais. Enfim, obras de artistas a quem só falta o merecido Óscar...
Aceita um bacalhau congelado do
Serafim das Neves

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