Trocou o sonho americano pelo regresso às raízes
João Major, 53 anos, é proprietário, juntamente com o irmão, da empresa Magnisis no Cartaxo
Aos 18 anos decidiu tentar a sorte nos Estados Unidos da América, onde trabalhou na construção civil e no ramo imobiliário. Ao fim de oito anos deixou a vida de emigrante para apostar no seu próprio negócio na terra que o viu nascer.
João Major sempre teve espírito de aventura e, talvez por isso, logo que fez 18 anos decidiu emigrar para os Estados Unidos da América. Lá ainda trabalhou na construção civil e no sector imobiliário, tirou um curso de electrónica e informática, mas o apego às raízes e as saudades da família fizeram com que regressasse ao país passados oito anos. Actualmente a liderar a empresa de informática Magnisis, no Cartaxo, juntamente com o seu irmão, Luís Major, sente-se uma pessoa realizada e ainda com muito para aprender.
Nascido e criado no Cartaxo, João Major recorda-se de brincar pelas ruas da cidade com os amigos. Entretanto cresceu e, após ficar livre da tropa, decidiu seguir o sonho americano e mudou-se para os Estados Unidos. “Foi muito difícil ao início, principalmente porque não sabia falar a língua inglesa correctamente, mas consegui aprender e comecei a desenrascar-me”, confessa o empresário de 53 anos. Primeiro começou a trabalhar na construção civil e, passado uns anos, mudou-se para a área da imobiliária.
Foi nessa altura que, durante um ano, frequentou, em regime pós-laboral, o curso técnico de electrónica e de computadores na Rets Education Center, em Broomall, na Pensilvânia. “Decidi que queria seguir uma carreira na área da electrónica e computadores e inscrevi-me no curso. Quando o terminei ainda pensei ficar nos Estados Unidos, mas as saudades da família pesaram mais e voltei”, adianta.
João Major ainda esteve um ano a trabalhar no ramo da informática como trabalhador independente, mas a vontade de ter o seu próprio negócio juntamente com o irmão, ligado à mesma área, fez com que arriscasse e abrisse a empresa Magnisis, na sua terra natal.
Com a responsabilidade da gestão financeira da empresa, João Major passa os dias quase sempre à frente do computador, tratando das encomendas aos fornecedores, da facturação e da gestão bancária.
A liderar a empresa de informática Magnisis há 25 anos, são muitas as histórias que guarda carinhosamente no baú de memórias. Uma vez, conta, um cliente apareceu com o computador por reparar cheio de óleo, porque na altura o leitor de disquetes fazia um ruído e ele achou que colocando o produto iria resolver o problema. Também aconteceu, por várias vezes, receber chamadas de clientes aflitos a dizer que as letras estavam a cair ou que os ecrãs estavam a ficar cheios de água quando, na verdade, os seus computadores tinham sido atacados por “randomwares” (um tipo de software nocivo que restringe o acesso ao sistema infectado e cobra um resgate para que o acesso possa ser restabelecido).
João Major confessa que os ataques informáticos são cada vez mais complicados de se resolver e as principais vítimas são as empresas e as organizações públicas e privadas. “Depois pedem-nos para resolver os problemas rapidamente porque têm serviços parados, mas não conseguimos fazer milagres”, refere o empresário, lembrando a importância de fazer cópias de segurança de tudo o que encontra nos computadores.
Quanto ao facto dos jovens cada vez mais abraçarem uma carreira na área da informática, o empresário admite: “Existe uma grande camada jovem a querer trabalhar neste ramo, mas muitos ainda vêem a informática como um divertimento quando não o é”.