Acidente de viação destroça família de Alcobertas
Despiste de automóvel contra depósito de água provocou a morte aos três ocupantes do veículo. Excesso de velocidade é apontado como causa.
Três dias antes de ver a capela de Sourões, concelho de Rio Maior, ser inaugurada como tanto sonhou, o empresário Carlos Bento Pereira morreu num acidente de viação que vitimou também o seu futuro genro Rafael Moleiro e o seu cunhado Rui Paulino, que conduzia o Renault Mégane que chocou com violência contra um depósito de água, em Casais Monizes, Rio Maior. O excesso de velocidade e a existência de uma lomba no local podem ter contribuído para o despiste, cujas causas ainda estão a ser investigadas pelas autoridades.
O acidente ocorreu cerca das 23h30 de quinta-feira, 10 de Janeiro, quando os três homens se deslocavam para casa de Carlos Pereira, em Sourões. Rui Paulino ia a conduzir, Carlos Pereira seguia no banco do pendura e Rafael Moleiro no banco de trás.
Carlos Bento Pereira, 53 anos, conhecido por “Falinhas”, era natural de Alcobertas e dedicou quase toda a sua vida à construção civil. Actualmente, era proprietário das “Construções Falinhas”, com sede em Alcobertas, onde trabalhava com a esposa e a filha. Quem o conhecia define-o como uma pessoa trabalhadora, amigo do seu amigo e sempre pronto a ajudar os outros.
Rafael Moleiro, 30 anos, era natural de Lisboa e licenciado em Direito pela Universidade Lusófona, em Lisboa. Desde o ano passado trabalhava como técnico de logística na empresa Nobre, em Rio Maior. Quanto a Rui Paulino, 44 anos, residia no Bombarral, concelho de Caldas da Rainha, e encontrava-se propositadamente na terra de Carlos Pereira, para ajudar nas festas em honra de Santo Amaro, que começavam no dia seguinte, 11 de Janeiro.
Os ocupantes ficaram encarcerados dentro do veículo ligeiro e o óbito acabou por ser declarado no local pela equipa médica da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Santarém. A GNR de Rio Maior está a investigar as causas do acidente.
As cerimónias fúnebres dos três homens ocorreram durante esta semana. Rafael António Moleiro foi a enterrar no domingo, 13 de Janeiro, no cemitério novo de Alenquer e Carregado. Rui Paulino foi sepultado na segunda-feira, 14 de Janeiro, no cemitério de São Brás, Bombarral. O funeral de Carlos Pereira decorreu na terça-feira, 15 de Janeiro, na igreja matriz de Alcobertas, de onde seguiu para o cemitério da vila.
Festas da terra canceladas
Devido à morte de Carlos Pereira, do seu cunhado, Rui Paulino, e do namorado da filha, Rafael Moleiro, a organização decidiu cancelar as festas de Sourões. As festividades deviam decorrer entre 11 e 15 de Janeiro, tendo como ponto alto a inauguração da capela da terra, que a empresa de Carlos Pereira andava a reabilitar. “A Construções ‘Falinhas’ pediu uma ajuda pontual e nós chegámos a dar um subsídio de quatro mil euros para arranjar a capela de Sourões. Era um desejo do Carlos Pereira ver aquele edifício requalificado”, referiu a presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais, a O MIRANTE.